sábado, 25 de dezembro de 2010

Nostalgia


No francês "nostalgie" , uma tristeza profunda causada por saudades do afastamento da pátria ou da terra natal.

Nostalgia definia bem o que ela estava sentindo, a ruiva de cabelos cacheados batia os pés na água enquanto nada parecia mudar. Não havia ninguém que ela pudesse esperar chegar de surpresa com um sorriso no rosto e sentar-se ao seu lado para bater junto dela os pés na água, ninguém que estivesse passando as mesmas coisas que ela, ou que parecesse ao menos conhece-la.
Não parecia ser o mesmo lugar que ela ansiava voltar, as pessoas não eram mais as mesmas, as realidades eram diferentes.. ou será que era ela quem havia mudado tanto que não conseguia se encontrar mais em seu lugar preferido do mundo todo. Os olhos verdes dela se encheram de lágrimas e ela soube que não havia ninguém por quem chorar, ou que fosse enxugar suas lágrimas. Não, ninguém viria, ninguém abandonaria tudo por ela, era doloroso perceber que viveu muito tempo em fantasias que não se concretizariam.
O sol estava se pondo e ela sentiu um vento frio arrepiar-lhe os pêlos no lugar de um abraço reconfortante, essa era a vida, nada como ela desejava, nada, nenhum amor antigo apaixonado por ela, nenhum novo amor, nada das velhas amigas. Só ela, ela, a água e o sol, que também estava abandonando-a nostalgicamente.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

You need !


Definitivamente eu não queria ver aquela cena. Eu não a conhecia bem, nem a ele, mas saiba quem ele era. Ela passou tão veloz ao meu lado que fez o vestido branco farfalhar ao redor de suas coxas, ele corria atrás dela, conseguiu alcançá-la perto de mim e começou a falar.

- Mel, por favor, não faz isso! - ele implorou segurando o braço dela, o rosto dela estava lívido, mas não parecia raiva, era uma mistura de tristeza e mais alguma coisa e isso havia tirado a cor do rosto dela. Ela abaixou os olhos do rosto dele e olhou para os próprios pés num salto alto, e ele puxou-a de encontrou ao próprio peito. Pude ver que ela segurou na parte da frente da bata branca dele com as mãos e manteve o rosto pressionado contra o peito dele.

- Sinto muito. - ela disse. - Sinto muito, de verdade. - ela olhou-o nos olhos, os longos cílios negros esconderam por um momento que os olhos verdes estavam marejados de lágrimas.

- Porque isso? - ele perguntou exasperado, os olhos azuis dele escurecendo.

- Eu nao posso, Steph. Desculpe. - ela disse ainda presa no aperto dele.

- Eu te amo. - ele sussurrou pra ela e enquanto eu prendia a respiração eu quis dizer a ela o que aquilo significava.

- Eu te amo também, mas eu não posso Steph, não posso ficar. - ela resmungou.

- Porque Melina? - ele disse soltando o braço dela.

- Eu te amo tanto Steph, mas eu simplesmente nao posso. Sinto muito. - ela deixou uma lágrima cair.

- Eu terminei com a Hillary, por você!

- Volte pra ela, por favor. - ela implorou a contragosto.

- EU NAO QUERO! - ele explodiu. - Eu não posso.

- Você tem que voltar pra ela, você precisa. - ela disse, as palavras saindo dela com dificuldade como se fossem dolorosas demais para ser pensadas, quem dirá pronunciadas.

- Mel...

- Não me procure mais Stephen, por favor. Eu não vou conseguir e não posso ficar. Sinto muito. - ela saiu correndo de encontro à prima, que a acolheu nos braços e olhou tristemente para Stephen, aquela foi a ultima vez que eu soube que eles se falaram.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Do you?


Sei que vai ser estranho pra você receber uma carta minha, afinal, desde a adolescência nós não nos falamos, pra mim é estranho escrever também... O mês passado eu lembrei de você, da sua risada, seus modos estranhos, lembrei dos seus olhos, tão felizes quanto os meus e sempre atentos. Soube que você teve duas filhas, parabéns, se forem parecidas com você, o que com sorte são, elas devem ser as coisas mais lindas do mundo.

Seu casamento deve ser como você sempre sonhou... Me lembro de você ter dito uma vez algo relacionado ao mar, uma varanda, uma rede e suas crianças correndo na praia, com sardas nos rostos e os cabelos ao vento, suas filhas ainda não correm, mas certamente sua casa é de frente pro mar e seu marido a abraça enquanto olham a lua refletida na água do mar. Deus sabe o quanto ele é sortudo, você é uma mulher maravilhosa.

Ultimamente eu tenho me lembrado de muitas coisas que passamos juntos nas ultimas férias em que eu te vi. Você me fez simples e involuntariamente me desligar de todas as outras companias, para que eu pudesse passar cada momento ao seu lado. Te vi perder a paciência com seus primos e chorar porque estava de TPM, sentei com você todas aquelas noites e conversamos coisas inuteis, como como as festas são diferentes nos lugares onde você mora, como as pessoas se comportam de outra maneira, aprendi a te adimirar por você me conhecer tão bem e não me repelir. Você sempre me mostrou como somos parecidos, a forma como nos expressamos, a maneira muitas vezes errada como as pessoas nos veem. Aquela briga feia que nós tivemos e a dor mais emocional do que fisica quando você ficou tão fora de si que me deu aquele tapa na cara, a maneira como eu congelei e não tive coragem de revidar, logo eu, que nunca abaixei a cabeça pra ninguém, estava aceitando um tapa, merecido, de uma garota, que nem minha namorada era. Naquele tempo, Angel, você conseguiu ser muito mais do que mais uma namorada, nosso relacionamento na base da confiança, cumplicidade, você virou minha amiga, minha confidente, a mulher que eu mais adimirava, depois da minha mãe, eu me vi apaixonado por você, você já namorava o seu marido, e Deus, você sempre me disse que namorava e que não iria jamais fazer algo que pudesse magoá-lo.

Um dia a Tia, me contou que você por muito tempo foi apaixonada por mim e estranhamente quando eu te perguntei sobre o assunto você confirmou sem pensar duas vezes, mas disse também que aquilo já havia passado e que agora, mais do que nunca você conseguia me ver apenas como um bom amigo, e que você iria se lembrar das férias em que eu deixei você me conhecer como eu sou.

Mel, essa é só mais uma das cartas que você não vai receber, porque eu não tenho coragem de enviar, mas eu só queria saber, se você ainda pensa em mim... Ainda pensa?

S.J.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Basta apenas esperar...



Não dava para ouvir do que falavam, mas pareciam estar em completa sintonia. Ela sorriu e cobriu a boca com as mãos quando ele falou-lhe algo rindo também.
Reparei que eles pararam de falar um pouco, as bochechas dela estavam um pouco afogueadas, os olhares presos um no outro, a mão direita dele subiu pelo braço dela até que tocou-lhe o rosto, ela deitou um pouco o rosto sobre a mão dele, tão completos, ambos no mesmo momento, eles continuavam a se olhar fixamente, ela tirou as mãos que cobriam-lhe os lábios e sorriu gentilmente para ele.
Ele se moveu mais pra frente no banco com uma das pernas dela sobre a dele, ficando mais perto dela, o sorriso dela concordando com tudo o que ele fazia, os olhos dela não saiam dos dele. Com a mão esquerda ele começou a mexer no cabelo dela, delicadamente percorrendo com os dedos o comprimento deles. Os rostos se aproximando lentamente e ele sorriu também, os dois piercings nos cantos da boca dele refletiram levemente a luz e ela beijou primeiro o lábio inferior dele, fazendo ele sorrir ainda mais. Ela levantou os olhos para olhar nos dele e colocou as mãos na nuca dele levando o corpo levemente para perto do dele sorrindo novamente, fechou os olhos novamente e beijou-o mais uma vez.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

dance, dance e dance




Sim, definitivamente era para mim que ela estava olhando. Ela tinha cabelos vermelhos e os olhos verde esmeralda, seus olhos brilhavam com certa malícia inocente, sua pele branca contrastava com o vestido verde musgo que deixava-lhe metade das pernas de fora e tinha um decote canoa comportado dando a ela a aparência de uma princesinha. Minha pele clara começou a corar quando ela me sorriu, eu podia sentir minhas bochechas queimarem então eu desviei o olhar.

Sophia era uma das garotas mais cobiçadas do ensino médio. O tipo de garota que se vira muito bem sozinha, sai com garotos por amizade e não por interesses amorosos, não andava distribuindo sorrisos, mas tinha um sorriso que se estendia por todo o corpo e fazia com que todos sorrissem com ela. Enquanto eu, sou só o Henrique, o Henry ou o Harry, não costumo chamar a atenção, mas a Queen S estava olhando para mim durante a nossa festa de formatura, meus cabelos pretos ou meus olhos cor de mel pareciam ter chamado a atenção da Queen ou talvez fosse aquele terno idiota e quente que estava me fazendo sentir como a Cinderela chamando a atenção das pessoas naquele lugar.

Sophia estava agora conversando com Matt, um velho amigo dela, e os dois estavam olhando para mim. Então ela se afastou dele e veio caminhando lentamente até mim.

- Oi Harry! - ela falou lindamente o meu apelido com aquela voz melodiosa.
- Olá Sophia. - eu respondi constrangido.
- Nossa Harry, Sophia não, parece a minha mãe. - ela reclamou e eu me perguntei se Queen S seria um bom apelido. - Me chama de Soph. - Devo confessar que Sophia pedir para que eu a chamasse por um apelido era apaixonante,
- Tudo bem, Soph! - ela sorriu com todo o corpo e eu me peguei sorrindo para ela.
- Sabe dançar Harry?! - ela perguntou quando a musica ficou mais lenta.
- Mais ou menos... - eu respondi envergonhado.
- Tudo bem! - exclamou ela pegando minha mão e me levando para a pista. - Acho que você deveria me abraçar agora. - Ela comentou quando eu fiquei estático na frente dela debaixo do globo de espelhos.
- Ah! Claro. - respondi mais uma vez constrangido enlaçando-a firmemente pela cintura. Ela colocou os braços ao redor do meu pescoço e repousou a cabeça em meu ombro com o rosto delicado escondido em meu pescoço. Sua respiração suave fazia os pêlos da minha nuca se arrepiarem, as formas do corpo dela junto ao meu fazia despertar em mim sensações estranhas e agradáveis. - Não vi você dançando com ninguém ainda, Soph.
- Estou te dando a minha primeira dança e roubando a sua. - ela sussurrou.
- Estou com medo de pisar no seu pé. - comentei distraído.
- É só você dançar devagar... Pra onde vai quando sair daqui?
- Oxford, e você? - Deus, porque essa menina está me perguntando essas coisas?
- Também, vou fazer moda lá e você vai estudar o que?!
- Simbologia.
- A sua cara. - ela comentou com uma risadinha.
- Porque?! - perguntei confuso.
- Diferente, misterioso e autêntico.
- Nossa! Obrigado, moda também não poderia dizer mais sobre você.
- Você acha? - ela perguntou me olhando com aquelas esmeraldas e eu desviei os olhos.
- Sim, criativa, seletiva, moderna e contemporânea.
- Harry... - ela sussurrou com a bochecha encostada a minha.
- Sim Soph?
- Eu acho que eu vou beijar você... - meu coração bateu tão forte que eu sabia que ela havia sentido. Minha mão saiu da cintura dela e foi parar na nuca involuntariamente e nossas testas se encostaram, nossos olhos semicerrados, ela passou seu nariz no meu delicadamente e sorriu, suas mãos no meu cabelo, então eu toquei-lhe o queixo e com o polegar acariciei a maçã do rosto dela, beijando-a enquanto acabava a nossa primeira dança.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pra poder se sentir viva




As vezes se mete em confusão pra ter certeza de que está viva, pra ver até onde aguenta, se esforça, sorri, cai, chora, se machuca, se apaixona, se ilude, se desilude. Tudo de uma vez, pra poder se sentir viva. Toma bronca, estuda, corre atrás do que quer, se atraza, se emociona, se veste com máscaras de inábalavel, sabe do que gosta, e do que não. Tudo de uma vez, pra poder se sentir viva. Briga com os amigos, chora pelos amigos, adoece, compra brigas, faz amizades, fortalece as antigas, corre na rua, anda de salto, ouve musicas de amor sem estar apaixonada. Tudo de uma vez, pra poder se sentir viva. Sai sem maquiagem, gosta de cores fortes; usa brilho, gloss, blush, rímel e lápis; bagunça o cabelo, desfaz um sorriso. Tudo de uma vez, pra poder se sentir viva. Fala que sim, jura que não, masca chiclete, enche balão, come todos os doces, enfeita-se com flores, aprende que pode mas não deve, é o que é e não como gostaria de ser, vive. Tudo de uma vez, pra poder se sentir viva...

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Se




E se... ? É essa duvida vai te corroer pelo resto da tua vida. Como poderia ter sido e não foi, o que poderia ter acontecido e não aconteceu. Todas essas suposições são capazes de enlouquecer você.

Já imaginou se você não tivesse desistido dele?! Será que vocês teriam um bom relacionamento? Seriam cumplices um do outro? Sentiriam um pelo o outro o mesmo e na mesma intensidade? Ele se deixaria apaixonar? Você o levaria a sério e confiaria cegamente ou continuaria com o pé atrás com relação a tudo?

Se
não tivesse terminado o namoro?! Como poderia ter sido? O que poderia ter acontecido? Será que agora você ainda sentiria algo por ele? Ou tudo já teria morrido numa briga futil? Você o amaria sem medidas e deixaria tudo para trás por ele? Será que a distância deixaria o sentimento continuar vivendo?

São duvidas tolas mas que as vezes nos tiram o sono, nos fazem pensar em como tudo está e em como tudo estaria. Sim você sabe que conquistou muitas coisas e que não as teria conquistado se não tivesse sacrificado as coisas que sacrificou, mas você poderia ter conseguido outras coisas e talvez fossem tão boas quanto as que você conquistou.

O tempo passou e você ainda não assimilou completamente tudo o que aconteceu, de bom ou de ruim. Pare um pouco, reflita e se recomponha, junte tudo, os prós e os contras, tome uma decisão definitiva e então recomece. Sem "se"s dessa vez. ;)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Hey, Stephen!




A luz forte do sol não parecia combinar com o clima frio que fazia. Mesmo ali na cozinha com a tia ela podia sentir o clima surreal do ambiente fortemente iluminado. Por fim ela se cansou de observar a própria tia na cozinha e saiu pelo longo corredor em direção a pesada porta de madeira que dava para a praia. Em um dos muitos comôdos em que o corredor dava acesso ela reconheceu dois rostos familiares, não amigos, apenas conhecidos, ambas de cabelos claros porém uma tinha os cabelos mais claros e mais compridos, enquanto a outra mantinha os cabelos levemente dourados na altura dos ombros, a loura de cabelos claros namorava Stephen, elas nem se deram conta da presença da morena e esta seguiu também sem realmente notar as duas.

Se dentro da casa estava claro, ali na varanda o sol parecia mais baixo de tão iluminado. Ela viu todos aqueles meninos sentados no chão jogando baralho, enquanto os dois mais novos ali brincavam separados, Melina então se pôs a correr atrás do mais alto dos dois, a brincadeira rendeu na travessia irresponsavel dele da rua quando o pai aparecia na soleira da porta, ao ver o pai do garoto na porta Mel se colocou novamente a correr atrás dele.
- Culpa minha! - gritou dando uma rapida explicação nada explicada ao pai do menino. O menino correu na direção dela e pulou em seu colo sorrindo. Enquanto Diogo perguntava a Stephen o que estava acontecendo.
- A Mel tá brincando com o Guinho ué! - foi tudo que o moreno de olhos azuis se deu ao trabalho de responder. Melina deixou o pequeno aos pés do pai e se dirigiu aos meninos que jogavam, a vontade dela era de sentar na beira da praia, mas sujar seu short escuro desnecessáriamente estava fora de questão.
- Hey! - ela cumprimentou. - Algum de vocês poderia me emprestar uma camisa pra que eu possa sentar na areia? - ela fez a melhor cara angelical que pôde e Stephen a olhou nos olhos sorrindo enquanto tirava a camisa branca que usava revelando o peito bronzeado e definido entregando a ela.
- Anh.. Valeu. - foi tudo o que ela conseguiu dizer sem perder a linha de raciocínio. Mel sentou sobre a camisa delicadamente esticada na areia, ela não saberia dizer desde quando ficava assim quando estava perto de Stephen nem sabia se ele tinha conciência do poder sobrenatural que ele exercia sobre ela, mas a namorada de Stephen estava ali na casa de praia também, e não seria Melina quem interferiria no namoro dos dois. Ela observava as ondas do mar indo e vindo, sempre indo e voltando, num vai e vem interminavel e incansavel que lhe parecia sua própria vida, ela estava sempre indo e vindo de vários lugares, sua vida tinha raizes profundas e irremoviveis de dois lugares onde ela passara as maiores partes de seus dezesseis anos.

Ela sentiu algo quente se colocando ao seu lado e nao precisou nem olhar para saber que era Steph, o corpo quente dele ao lado do dela fez com que percebesse quão frio estava e um leve arrepio percorreu seu corpo. A respiração regular dele desregulou a dela, e ele passou o braço torneado sobre o ombro dela com o intuito de aquecê-la. Ficaram ali em silêncio olhando o mar, parcialmente abraçados até que uma voz que Melina sabia que não deveria ter soado naquele momento, soou atrás deles fazendo ambos olharem.
-Stephen Jonas! - a loura namorada dele gritou da porta da varanda, estranhamente Mel não sentiu o frio na barriga e o coração acelerar que a situação desconfortavel deveria causar.
- Que?! - ele perguntou ainda sentado ao lado dela, a loura acenou para que ele fosse até ela com uma expressão de poucos amigos e ele foi em meio a resmungos e sacudidelas na bermuda para que a areia caisse.

Mel não precisou olhar para saber que discutiam, nem ouvir o que diziam para saber que era ela o pivô daquela situação, mas algo não lhe deixava se sentir estranha. Algum tempo depois Steph sentou ao lado dela.
- Pronto. - foi tudo o que ele disse ao se acomodar completamente ao lado dela com o braço novamente sobre o ombro dela. Melina nada disse apenas olhou-o om uma expressão confusa com relação a expressão "Pronto" dele.
- Acabou, Mel, chega, nada mais impede... - ele nao precisou dizer nada mais, Melina entendeu perfeitamente do que ele falava, olhou-o com ternura e aninhou-se confortavelmente no abraço quente dele.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sonhos




O que são eles? Invadem nossa mente quando estamos desprotegidos e nos jogam num mundo de fantasias. Quem os controla?! Será que podemos decidir com o que sonhar? Será que nosso estado de espírito interfere nele?!

Sim, a maioria das coisas que sonhamos, sonhamos por vontade nossa. Nos deitamos com o pensamento em alguém e "por acaso" ela aparece nos nossos sonhos, estamos tão agitados que dormir parece como correr uma maratona, oh, espere, você está correndo numa maratona em sonho.
Nosso subconciente projeta imagens daquilo que no nosso interior desejamos nos sonhos, e nos pesadelos ele apresenta nossos temores mais profundos. Tudo ao nosso redor influencia os nossos sonhos.
Mas temos, claro, nossas exceções, como quando você nem se lembra de alguém e simplesmente sonha com ela, será que ele quer nos mostrar o que nos faz bem? O que mais desejamos e queremos por perto?
Acredito que temos um poder mental muito maior do que podemos supor, que nossos pensamentos influenciam não só nos nossos sonhos mas também na nossa vida em geral.
"Quem acredita sempre alcança"?! SIM!

domingo, 25 de julho de 2010

Contos de fadas ?




Qual o real sentido? Porque nos fazem acreditar numa "indústria falida" como os contos de fadas? Onde nós sempre encontraremos o nosso príncipe encantado? Amiga, DESISTA! Não existe príncipe encantado. Me disseram certa vez que tudo isso não passa de um ciclo capitalista, bom, depois de certo tempo eu sinceramente acredito nisso. Os filmes pregam um amor eternizado pela morte de alguém, como em "Antes que termine o dia", é claro que toda mulher vai sonhar com o cara que queira fazê-la feliz e evitar sua morte a qualquer custo, mas sinceramente queridinhas, não esperem isso de TODOS.

Todas sonham com o cafajeste que se deixará ser mudado pelo amor dela ou com o viciado que vai largar isso só porque ela pediu. Sim, existem casos, raros, em que isso acontece, mas na maioria das vezes você vai passar noites chorando enquanto o seu lindo sapo está numa boate pegando todas ou fumando alguma coisa que você simplesmente repugna. Não é o caso de se desesperar, ou é, se estiver disposta a passar pela idiota apaixonada é simples, você pode ignorar esse fato e continuar com seu amor levemente correspondido, ou não.

Não quero ser uma realista que desistiu de acreditar no amor, sinceramente, eu faço o tipo
idiota apaixonada todo o tempo e não me envergonho, mas sou sincera o suficiente pra ter uma consciência de que não existe príncipe encantado e que ninguém é perfeito pra ninguém, esteja pronta pros erros, pros defeitos e para as falhas, saiba ver o lado bom em cada coisa, ver a luz no fim do túnel, acredite que sempre há esperança, mas saiba a hora de desistir dele, veja através de tudo se você ainda sabe porque está lutando, se é comodismo ou se você realmente sente algo.
A hora certa para desistir de um amor é quando não se sabe mais porque lutar. Esqueça os contos de fadas,
ninguém é feliz para sempre existem dias claros, os tempestivos, e os cinzas. Pinte os da cor que você achar que deve.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Infância




Minha prima ia sair com o namorado dela, ela tem dezessete anos e eu onze, a diferença é grande, mas nós sempre fomos bem apegadas como irmãs, eu nunca imaginei vê-la com um namorado assim como também não me imagino beijando um menino. ECA.
Ela estava no quarto se arrumando e entrei pra ficar lá com ela, ela estava com um short jeans e um sutiã, pediu que eu escolhesse uma blusa e eu fui, tinha uma blusinha amarela que deixava ela bonita, combinava com a cor da pele e do cabelo dela, foi essa que eu peguei.
Ela vestiu e começou a pentear os cabelos, eu fiquei sentada olhando até que ela falou.

- Gosta de algum menino, magrela?
- Eu não, credo.
- Hahaha, quantos anos você tem mesmo?
- Onze. - ela pareceu assustada.
- Que isso magrela, na sua idade eu já era afim de alguém.
- Não, que nojo, não sei como você tem coragem de beijar seu namorado.
- Daqui a pouco seu "nojo" passa e você vai ficar afim de alguém. - ela sorriu.

Ela ficou ali me olhando, com uma cara engraçada como se eu fosse alguma coisa diferente.
Tudo bem que a maioria das minhas amigas já haviam beijado alguém, mas eu nunca senti vontade. Mas isso estava perto de mudar.
O namorado da minha prima chamou no portão da casa da nossa avó e eu corri pra atender, eu não faço idéia de porque eu fiz isso.

- Oi!
- E aí?! - ele cumprimentou.

Não sei explicar, mas eu me senti levemente atraída por ele, não era bonito, sinceridade a parte, mas ele era muito estiloso, usava um boné para trás, com alguns cachos do cabelo escapando por algumas partes, o sorriso imenso e perfeito, a calça caindo e um tênis estorado. O tipo de cara que nenhuma mãe quer pra filha. Minha prima apareceu atrás de mim e o sorriso dele se alargou mais ainda, ela passou por mim e ele a envolveu com os braços, ela deu um selinho nele e riu pra mim.

- Lindo, essa é a minha prima.
- E aí! - ele disse novamente.
- Oi. - minhas bochechas ficaram vermelhas e eu queria sair dali. - Vou entrar, tchau.

Adeus infância, adeus não me sentir atraída por meninos, adeus inocência. Tudo isso foi embora de uma só vez.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Realidade do amor



Mulheres sonham com o amor, com aquele sentimento tão grande capaz de as fazer perder completamente o juizo, um sentimento que as fará flutuar e desejar casar, ter filhos e estar com o alvo de seu sentimento sempre.
Mulheres acreditam que esse amor não as magoará e que se ele for tão bom quanto parece nos livros e nos filmes elas só sofrerão se ele não for o homem certo. Mas não é bem assim, o homem certo é um homem e é humano, não é perfeito nem busca a perfeição, a maioria deles está indescritivelmente acomodada com o que é e não quer mudar.
O amor não é como nos filmes nem como nos livros, ele é doloroso e muitas vezes ilusório, ele vai fazer você perder noites de sono, perder o apetite, achar que ele é o cara da sua vida e mudar de idéia no instante seguinte. O amor vai te fazer chorar e isso não significa que ele não é o cara certo, talvez isso sirva pra você se perguntar se vale realmente a pena sofrer por esse cara, porque ele vai continuar errando e se você o amar você o aceitará com ou sem erros, usando ou não as roupas que você gosta, ouvindo ou não o seu cantor preferido, e reclamando ou não de seus gostos musicais.
O amor vai fazer você adorar aquele perfume que você simplesmente detesta, vai fazer você pagar a lingua, vai te fazer passar momentos lindos ao lado de alguém, vai abrir seus horizontes e você verá que estar ao lado dele, num lugar qualquer sem fazer especialmente nada é muito melhor do que estar em casa comendo brigadeiro enquanto assiste uma comédia romântica.
O amor que eu sinto hoje cresceu em mim por seis anos, e pensei que se eu simplesmente o beijasse numa noite qualquer o que eu sentia sumiria, para quem pensa como eu pensava um conselho: desista, depois que você o beijar num momento qualquer ele não sairá mais da sua cabeça. Ele estará presente em você, verá algo que te lembre dele em qualquer pessoa, um sorriso, um tom de voz parecido, um olhar, um jeito de andar.
O amor é isso, vai te fazer chorar, mas se você estiver disposta a se arriscar, ele te trará as maiores felicidades que você pode esperar.

zamiguins..




Todos temos vários tipos de amigos.
Uns que estão mais presentes que outros, isso é normal, uns que nos adulam, outros que nos abrem os olhos, mas todos são amigos e isso não podemos negar.
Tem aquela amiga que você fez na sala do cursinho, porque não conhecia ninguém e se sentia completamente sozinha numa sala cheia de estranhos e essa amiga, POXA ela é incrivel, você estava sozinha, com cara de assustada e parecia ter sido sequestrada e jogada ali, mas ela te sorri e te ajuda.
Tem aquela amiga de escola, que você passa anos com ela e pensa que serão assim amigas pra sempre, mas daí um dia a escola acaba e vocês perdem o contato quase que completamente.
Tem aquela que você conheceu na escola e por um tempo se afastaram, mas estão hoje mais unidas do que nunca.
Tem aquela que depois que começou a namorar sumiu, mas que você ama loucamente independente disso.
Aquela com quem você mais briga e que bate de frente sempre que as idéias são diferentes, mas que ama sem medidas.
Todas temos aquela amiga da infância, de mil anos de convivência e dois mil de brigas, aquela que é parte da familia, que pede a bença praquela sua avó séria e tradicionalista, aquela que chama suas tias de tia, e sua mãe de tia também, aquela que é convidada pra festa da familia de tão irmã que ela é.
Algumas tem aquela amiga encrenqueira que procura motivos pra brigar com todos e que vive de cara amarrada, alguns sabem lidar com isso... outros não.
Tem gente que tem aquela amiga mais velha que dá conselho sobre tudo que a gente ainda não sabe.
Tem aquelas que tem na mãe uma melhor amiga, nas tias uma irmã tão cumplice e amiga que te empresta as roupas sem pensar duas vezes, que fica feliz quando sabe que voce ficou com aquele carinha que você queria a tanto tempo, sem o sermão sobre se ele vale ou não a pena.
Tem aquela prima que você nem sabe porque nao se muda pra sua casa, já que vocês passam a maior parte do tempo juntas. Tem gente que faz da cunhada uma amiga, e da concunhada uma parceira, já que vocês sempre tem que ficar velando o romance dos outros.
Sem falar da amiga virtual, que você nunca imaginou que daria certo e hoje você sente saudades dela mesmo nunca tendo a visto na vida.
Tem aqueles amigos, os amigos homens que muita gente acha que vocês ficam, aqueles que são como irmãos pra você, e que te tratam como se você fosse irmã deles, aqueles que acham que você deveria ser criada numa jaula que é o lugar das irmãs (risos), aqueles que são os motivos de suas gargalhadas nos momentos mais sombrios e que te falam a verdade sem medo de magoa-la. Os outros amigos homens são aqueles que você rouba do namorado, aqueles que te apoiam, te consolam, aqueles com quem você divide segredos e ele passa até a ser mais seu amigo do que do seu namorado; esse tipo de amigo dura até mesmo depois do fim do namoro, e as vezes nós o amamos tão intensamente quanto a um irmão, não é só mais um amigo.

Mas todos esses fizeram algo para manter a amizade, uma palavra de consolo, um convite, um sorriso, um olhar, uma cumplicidade, um gesto qualquer que é capaz de transformar um simples colega ou conhecido, num amigo para a vida toda.

Feliz dia do amigo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fim de tarde..



Tenho pensado em você mais do que de costume, pensando em como vai ser quando eu colocar meus olhos em você novamente, como você vai reagir a isso. Sinto que perdi a única chance que tive com você e que isso vai ser algo de que me arrependerei por um bom tempo. Queria te ligar, ouvir sua voz e desligar o celular correndo só para matar a vontade. Sabe... eu consegui escutar dentro da minha cabeça o timbre exato da sua voz, foi tão inesperado que eu sinceramente esqueci de respirar, eu fechei os olhos e vi você com seu boné preto como da primeira vez, seu sorriso, seu olhar, o jeito como jogou a cabeça pra trás para rir. Lembrei do sussurro no meu ouvido, do jeito como me segurou pela cintura e o chão pareceu sumir debaixo dos meus pés, todas aquelas coisas tolas de meninas apaixonadas não me pareceram tão tolas assim quando aconteceram comigo. À noite quando me deitei, senti seu abraço, parecia tão real, eu não queria acreditar que você não estava ali comigo, mas era só a sensação, sensação de ter você por perto. Sei que um dia estarei ao seu lado, demorando o tempo que for, adormeceremos numa rede num pequeno sitio com um monte de crianças em volta, no fim de uma tarde qualquer. Alguém incovenientemente registrará o momento numa foto, para que saibamos que não há lugar melhor de estar, se não nos braços um do outro.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Brilhando um pouco mais



Aquele lugar barulhento demais fazia meus ouvidos doerem com a musica ruim que tocava.

Algo me chamou a atenção, em um determinado ponto um rapaz de aparentemente 17 anos conversava com os amigos com um largo sorriso no rosto, nada fora do comum, ele era comum, eu já estava cansado de ver aquele cara por ai. De repente seus olhos azuis esquadrinharam o lugar, mas algo o deteve antes que ele pudesse terminar seu processo de reconhecimento, parou os olhos em um ponto a sua frente e eu me estiquei para poder ver o que tinha feito o mais idiota da cidade parar com sua busca.

Era uma garota, comum como ele, mas decididamente diferente de todas as outras ali, ela não tinha cabelos compridos nem usava calças que pareciam que iam se romper se ela se movesse demais, nem blusas com decotes gigantes, mas ela brilhava de um jeito diferente, seu sorriso parecia o mais sincero ali, de repente ela fez o mesmo que ele. Como eram iguais. Ela esquadrinhou o lugar e mesmo que houvesse vários olhos nela ela só se deteve no dele.

Ficaram ali se olhando e eu me senti um pouco desconfortável, por estar observando, eles pareciam tão íntimos se perdendo um no olhar do outro. Algo que eu nunca havia visto ele fazer sem ser para os amigos, ele esticou os lábios num sorriso largo para ela, e ela pareceu confusa e indecisa quando sorriu timidamente de volta, não é todo dia que um dos caras mais cobiçados da cidade dão sorrisos assim pra completas desconhecidas, mesmo desconhecidas que brilhem.

Houve uma estranha movimentação de ambos os lados e uma garota, conhecida, saiu de perto da menina que brilhava e um garoto, também conhecido, saiu de perto do garoto de olhos azuis, ambos conversaram pouco e voltaram para onde estavam.

O moreno de olhos azuis olhou a garota que brilhava mais uma vez, e piscou para ela. Cretino.

sábado, 10 de julho de 2010

Distância


Eu deveria ter imaginado que ao deixá-lo eu sofreria, mas eu nunca pude sequer imaginar que doeria tanto.
A cada dia que passa mais dói.
A cada dia que passa eu sinto mais a falta dele.
Tem momentos em que a dor no meu peito é tão grande que me anestesia e eu chego a nao sentir nada, nem o tempo, nem fome, só um vazio dentro de mim.
Um vazio que só será novamente preenchido quando minhas mãos puderem tocá-lo mais uma vez, quando meus lábios encontrarem os dele de novo e definitivamente quando eu me sentir em casa novamente em seu abraço.
Já que nossa casa não é apenas onde a gente mora e sim onde nosso coração habita, eu moro nele que tem meu coraçao, não como um refém ou um escravo; ele o tem por livre e espontânea vontade.
Saudade não descreve o sentimento.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Seus olhos verdes me faziam transpirar...








E de repente aquele par de olhos encontra os meus, verdes, vermelhos, conhecidos, alegres, distraídos. Sua expressão mesmo indefinida me passa calma, até mesmo a maneira como suas sombrancelhas são arqueadas me atraem de um jeito encantador.
Por seis anos esperei para poder ser a garota que coloca 'aquele' sorriso no seu rosto de garoto. Aquele sorriso acompanhado de duas limpidas fileiras de dentes brancos e alinhados, aquele sorriso que agora é meu, senti o coração bater violentamente dentro do peito, um sorriso se forma debilmente em meu rosto ainda infantil e meio oriental.
Você se aproxima, minhas pernas tremem, minhas mãos soam frio. Você fala; musica, uma deliciosa musica para meus ouvidos cansados de tantas vozes desafinadas. Você segura minha mão, é como se todos os meus nervos reagissem a seu toque delicado. Você me olha nos olhos, seus olhos, verdes, vermelhos...