domingo, 25 de dezembro de 2011

Feliz Natal! (porque?)

Tá tarde e abafado, até o vento é quente. Charme, sono, calor, proximidade, borboletas no estomago, sussurros. Ele chegou bem perto do jeito dele de agir como se tudo fosse normal e fácil demais, um abraço apertado com uns desejos educados no ouvido, nada demais. Estamos conversando, ele está reclamando porque eu não fiz algo direito, eu estou respondendo que pelo menos eu sei como fiz, estamos rindo, sorrindo. Ele está mais perto do que deveria, bêbado e perto demais, uma mão no meu cabelo e um sussurro rápido com uma piadinha sobre os lugares que eu freqüento, sorri, estou tímida, fico tímida perto dele, ele fala muito. Deus, ele fala demais. Eu estou rindo porque ele não consegue ficar calado e estou falando sobre a roupa dele, estou com frio, ele está suando, ele estragou o próprio celular deixando ele cair na água. Eu quero um favor, ele se aproxima, ele está tentadoramente próximo, charmoso, sussurrando sobre como ele irá cobrar o favor, o calor do corpo dele está inundando o meu, não estou olhando para seu rosto fino e charmoso porque sei que vou perder o pouco controle, enquanto pareço calma na sua frente, na minha cabeça eu já arranquei essa sua blusa goiaba e joguei em qualquer lugar por ai, está quente. Eu sorrio e sussurro charmosa também para que ele faça as coisas pelo bem de seu espírito, ele ri. Peço, ele reclama que não é culpa dele. Ele está bêbado demais pra voltar pra casa sozinho, estou me oferecendo pra acompanhar ele, ele está pegando a minha mão e me levando pelo caminho, estou ansiosa demais pra deixar que ele a segure, tiro gentilmente minha mão da mão quente dele, estamos falando de animais, eu amo gatos e ele é sensato demais porque é tão irresponsável que não tem nem um passarinho para dar água, estou rindo de novo porque ele é fofo e engraçado. Ele está reclamando porque não gosta do clima que cria ir a festas com a ex namorada, estou sorrindo porque sei mais ou menos como é, ele me pede pra não sumir, sorrio e digo que não sou eu quem sumo. É a coisa mais emocionante que temos, a proximidade resultante de uma conversa estranha no meio de uma madrugada estranha, o corpo dele desperta a minha curiosidade, meu corpo não responde bem a comandos quando ele está perto, estou apaixonada, ele está bêbado.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A moça do pó compacto

A moça com o pó compacto mais claro que o tom da pele parecia estar sempre mal humorada, pegava o ônibus cheio, ia de pé mais da metade do caminho, mantinha os olhos fixos do lado de fora. Hoje em especial ela estava resmungona e no mínimo trinta e três vezes mais mal humorada. O motorista não parecia disposto a ajudar, dando solavancos de tempos em tempos. Alguém pelo amor de Deus diga a essa mulher que o pó dela está muito mais claro que o tom da pele dela. Era isso que quase todos no ônibus pensavam, os que não pensavam não tinham nem se dado ao trabalho de olhar para a moça do pó compacto. A mulher sentada no fundo comentou com a amiga “Dá pra perceber de longe que ela tá usando maquiagem, isso deveria parecer mais natural”, velha mal educada que senta de pernas abertas e por isso ocupa dois acentos, não vê que tá todo mundo cansado depois de uma noite mal dormida? A moça de pó não se importa, mas escuta, franze o cenho e joga a cabeça pra trás, espantando a voz da velha e mostrando que a opinião dela não tem a mínima importância. O menino que parece menina sentado no fundo do ônibus coloca o celular pra tocar, um funk escroto e que ninguém quer ouvir, todos olham pra ele desaprovando e ele finge que não é com ele, a moça com o pó não se importa. Uma senhora rechonchuda vai descer do ônibus e prensa a moça do pó contra as poltronas, ela faz uma careta e resmunga algo que não se pode entender, bate com a mão na calça como se estivesse limpando-a e olha feio pra senhora, que não tem culpa, logo em seguida uma outra mulher passa para descer do ônibus e a moça puxa a bolsa de maneira rude, todos no ônibus já estão prestando atenção nela.  Depois das duas senhoras saírem a moça do pó senta no fundo, ao lado do menino que parece menina que escuta musicas sem fone de ouvido, eu vou descer do ônibus na próxima parada, ele também. Depois de levantar para sair do ônibus ouvi o gritinho dela. “Ai!” ela exclamou ao fundo, olhei pra trás, os olhos dela pareciam marejados, por Deus, esse menino-menina a havia machucado mesmo ou quem sabe ela só estivesse muito triste e qualquer coisa no mundo a faria chorar naquele momento, qualquer coisa boba como um esbarrão acionava um dispositivo nela que fazia com que ela demonstrasse todo o sofrimento dela em apenas um gesto, ninguém no ônibus se importava, todos estavam ocupados demais pensando que a maquiagem dela estava no tom errado, ninguém se preocupava com a dor dela, a dorzinha no fundo do coração partido da moça com o pó mais claro que o tom de pele, eu quis dizer a ela que tudo ficaria bem, quis dizer a ela que passaria, porque passa mesmo, queria dizer a ela que entendia e que me importava, queria que ela sorrisse e deixasse uma lagrimazinha atrevida escapar, mas naquele momento o ônibus parou e as pessoas começaram a descer e a moça do pó ficou lá, sentada, afastada, mal humorada, magoada, sofrendo no fundo do ônibus, os olhos dela estavam longe, nem se preocupou em olhar pra minha meia rasgada, porque o sofrimento dela era muito maior do que a aparência de qualquer pessoa do mundo, até a dela.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Doucement tu me fais voir

E  aquela sensação de que você não controla a sua vida, porque até três meses atrás vocês eram pseudo-desconhecidos que basicamente se detestavam, agora você está apaixonada, por ele, justamente por ele. Tá achando aquele cara nada a ver que faz uma matéria com você até charmosinho, tá odiando menos seus amigos chatos, tá carente, doente, cansada, desesperada e sem esperança nenhuma. Tá querendo mesmo é alguém pra abraçar no frio, pra deitar na cama e conversar, dividir uns tragos num cigarro e umas doses de vinho sentada na varanda, aprender uma palavra nova, um sorriso novo, se apaixonar por um olharzinho cheio de manha, amar pra sempre uma desculpa esfarrapada pra uma tentativa de ultrapassar os limites, você quer amar alguém, amar sem pressa, amar por que é gostoso se sentir assim e amar um cara que é tão complicado quanto você, que tem uma história parecida com a sua e ao mesmo tempo é totalmente diferente. É difícil pra você gostar de um cara normal, eles nunca são normais, você sempre vê algo neles, todos os defeitos viram qualidades e você se apaixona pelos pedacinhos medíocres de um cara legal que ninguém acha que vale a pena. Você quer abraça-lo quando ele estiver sofrendo, beija-lo quando ele estiver fazendo birra e sendo infantilmente irresistível, quer rir da piada ruim e deixar ele mexer no seu cabelo, quer ser a primeira a dar 'Feliz Ano-Novo" na virada do ano e quer desesperadamente que ele queira te cuidar assim como você quer cuidar dele, sem possessão, sem deixar de ser você, quer que ele te goste pelo que você é e morre de medo dele não gostar porque as vezes você é infantil, birrenta, iirritante e mimada, acharia incrível se ele gostasse dessas coisas inconstantes, porque você gosta delas e você vai fazer ele rir quando fizer suas caras confusas e fofas e vai ser o amor mais lindo do mundo, mas você tem medo, tá todo mundo desestimulando você, você não quer chorar de novo, não quer dar o braço a torcer e aceitar que está apaixonada pelo charme e pelo gosto de cigarro na língua dele, quer passar pra todo mundo que a vida tá ótima e que não precisa de ninguém, mas tá sofrendo pelo cara que até três meses atrás você praticamente não conhecia e mesmo assim detestava.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O homem dos olhos dançantes

No meio de tanta gente, da confusão toda da vida dela, do coração partido, da gritaria, dos choros, da instabilidade, aquele era o ultimo lugar onde ela esperava encontrar abrigo, um colo quente e divertido. O melhor que ela já deitou.
-  Porque você tá me olhando com essa cara? - Thiago perguntou.
- Que cara?
- Parece que você tá assustada. Eu fiz alguma coisa?
-  Não. - Fernanda virou na cama e olhou pra ele. Os olhos dele não paravam, talvez fosse isso que tinha atraído tanto ela, os olhos dele, não paravam nunca, dançando o tempo todo. Ela não sabia explicar como era bom ficar ali deitada com ele, só de deitar ao lado dele o coração dela já se enchia de uma paz que apagava todos os outros problemas, apagava o fato de que nunca seriam mais que aquilo, apagava o fato de que ele nunca disse o que eram, apagava tudo. Naquele lugar o mundo era só dela e todos os problemas sumiam quando ele beijava ela. - Agora é você que tá me olhando estranho. - ela disse corando.
- Você fica gracinha envergonhada. - ele puxou o corpo dela pra cima do próprio e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, ela piscou os olhos duas vezes fazendo Thiago rir, ela passou os dedos finos pelo rosto dele enquanto sorria, o riso vinha sempre muito fácil com ele, o corpo dela reagia fácil a ele, os sentidos reagiam fácil. Beijou ele sem cerimonia, sutilmente, enquanto sentia os dedos dele percorrerem a linha da coluna sobre o fino tecido da blusa e o gosto familiar de cigarro da língua dele invadir a boca dela. Nem de longe algum beijo se comparava ao dele, Fernanda duvidava que algum dia beijaria alguém que a completasse tanto, que correspondesse a cada detalhe da vontade dela sem esforço. Ela sentia vontade de gritar, de dizer pra ele como tudo aquilo era novo pra ela, de como ela se sentia bem quando ele a abraçava, o mundo dela girava no mesmo ritmo que os olhos dele. Ele era o homem dos olhos dançantes dela.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

E é nessas horas meio Tati Bernardi que percebo como você pode ser encantador mesmo quando me magoa, é sempre um pouco masoquista querer ver você sempre, falar com você sempre, cheirar você sempre Porque por pouco não disse a você que você cheira tão infinitamente bem como qualquer coisa que eu ame muito. Porque é o jeito educado e gentil de perguntar o típico "Tudo bem?" sem querer realmente saber se estou ou não e sou eu mentindo sempre com um sorriso no rosto respondendo um "Tudo e ai?". Sim, 'e aí' pra parecer que eu não me importo quando no fundo me importo tanto com você que não me importo mais comigo a muito tempo. E ainda tem o abraço certeiro que me envolve inteira e eu fico na ponta dos pés enquanto coloco as mãos envolta do seu pescoço por dois míseros segundinhos quando te cheiro e vejo que seu cabelo não cheira mais tanto a cigarro como antes. Você tá parando de fumar? Me abraça de novo, pode até ser sem esse beijinho intimo na fronte, não preciso dele, não tenho vontade da intimidade, quero o abraço quentinho, só ele.
Como faz pra ficar assim por perto sem me machucar? Como faz pra você ficar pra sempre? Fica pra sempre! Eu faço o jantar, viro esposinha, cuido de mil crianças melequentas com os nomes que você escolher, podemos ter cinco, pode escolher o nome de todas. Quero dar o nome da sua mãe a uma delas e o da minha avó também. Podemos ter um time de futebol, podemos encher o seu apartamento gigantesco pra não ficarmos sozinhos ou termos sossego nunca. Me chama de baby de novo ou pelo nome, me lembra como é lindo você falando meu nome bonitinho sentado atrás de mim pra me contar qualquer coisa. Me enche de beijos na bochecha e me deixa vermelha e completamente desconsertada com um "Você tá lindinha hoje", faz qualquer coisa. EU SINTO SUA FALTA. Sinto falta de rir com as coisas que você dizia, sinto falta de conversar qualquer coisa com você, de contar qualquer coisa fútil a você, sinto falta do "Você é engraçadinha". Sou qualquer coisa que você quiser, mas pelo amor de Deus, deixa eu ser sua.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

St Peter

É difícil explicar essa saudade que é gostosa e ao mesmo tempo dói. Dói de um jeitinho gostoso no fundo do peito porque sei que te gosto tanto tanto tanto que a saudade não me deixa esquecer. Não esqueço: de você, do seu sorriso cúmplice nem de como eu me senti tão bem só de ter encontrado você ali. Já tava cansada de te dizer que é a coisa mais fácil do mundo se apaixonar por você e falei tanto que tô aqui agora pra te provar. Pessoalmente você é a pessoa mais apaixonante que eu conheço, desse jeito ai mesmo, tenta tanto não magoar ninguém, é tão sincero e simples com todo mundo, se importa tanto e é tão lindo e carinhoso, que poxa, se a gente não se apaixonasse, burras seriamos nós. A gente tá tão afastado, você tá sempre estudando tanto, eu to sempre correndo tanto, dormindo tanto, me preocupando tanto e agora com tanto medo de você conhecer uma dessas meninas legais que se encaixem perfeitamente na sua "listinha" de exigências em que eu me encaixei tão bem. Na pior das hipóteses a gente nem se esbarre mais, se fale mais e então eu vou esquecer de como somos parecidos, como nos conhecemos e de como você insiste em me lembrar que só gosto de magrelo. Então presta atenção cara, eu gosto de você, magrelo ou não, gosto das brincadeiras, do apelido, do jeito como me trata, eu gosto de você e se você ler isso e souber que é pra você, faz do jeito que a gente sempre fez quando queria saber de alguma coisa: conversa, pergunta, reclama, explica. Porque eu vou estar do seu lado mesmo que você arrume outra menina que cumpra as exigências da sua lista.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Trocando as caixinhas

Era como dançar com o rosto bem perto um do outro, mas sem se mover, apenas em contato, as testas se encostavam e os narizes também os dois sorriam enquanto conversavam abraçados, tão próximos quanto um casal. Conseguia ver a maneira carinhosamente possessiva que ele a segurava pela cintura e a forma doce dela olhá-lo, sem precisar fazer força para impressioná-lo, pareciam se conhecer tanto que qualquer palavra era vazia para expressar o momento.
- Você é linda. -  ele sussurrou no ouvido dela enquanto ela corava. Desde o momento em que a vira ele não olhou mais para nenhuma menina, ela não era a mais bonita dali, nem de longe, tinham tantas meninas mais bonitas, mas ele não tirava os olhos castanhos dela. Júlia se sentia sufocantemente bem abraçada a Pedro, ele a fazia sentir segura como a muito ninguém a fazia sentir, o coração dele batendo e ela tão perto dele escutando. Os pesados cílios dela emoldurando os olhos verdes que decoravam cada detalhe de Pedro, o rosto, o sorriso, a maneira como se movimentava, o desenho suave do rosto, sem se impor muito, estava maravilhada, Pedro tinha tudo o que ela procurava em um cara e ela já o amava de todo o coração a ponto de não querer a ele mal nenhum, mesmo os males que ela mesma poderia causar. Pedro era o seu menino, seu amigo, seu conforto, o porto mais seguro que ela tinha. 
Pedro segurou o rosto dela entre as mãos com delicadeza fazendo-a olhá-lo nos olhos. 
- Não conta pra ninguém. - Sem que ela tivesse tempo de dizer qualquer coisa que fosse ele colou carinhosamente os lábios aos dela. Ele não pediu uma passagem nem ela, ficou ali colando os lábios aos dela repetidas vezes, as testas novamente encostadas, as respirações suavemente misturadas com a proximidade. Os olhos dela salpicados em diversos tons de verde brilhavam e os dele também. O coração dela agora batia um pouco mais depressa e as bochechas estavam afogueadas, o coração dele estava inundado de um carinho absurdo por ela, o carinho que eles já sentiam um pelo outro a muito tempo. Ele fechou os olhos e pressionou os lábios nos dela outra vez.

domingo, 24 de julho de 2011

estamos juntos nessa

É isso que amizade significa não é? Estar junto. Sem promessas, sem um anel de compromisso, sem um contrato, você só vai estar junto.
Vocês se afastam, muito. Uma, não para mais de estudar e não tem tempo pra nada, nem mesmo pro namorado de anos; a outra, está tão focada em viver a vida que vive, vive e vive e vocês quase não se vêem; enquanto uma outra, estuda, trabalha, namora, malha e tem pouco tempo, tempo esse que não se encaixa com o das outras; e tem uma quarta, que estuda, morre de preguiça e cria quinhentos outros grupos de amigos. Julgo que essas 4 pessoas tem tudo pra não dar certo, elas vivem em um tempo diferente, num ritmo diferente, cada uma quer uma coisa diferente, gosta de uma coisa diferente, mas elas estão juntas nessa, como estiveram anos atrás, de uma maneira diferente, porém ainda assim juntas.

É só lembrar de quando você precisou consolar alguém por um fim de namoro ou de quando alguma delas ficou bêbada pela primeira vez, pode ser que nem todas estivessem lá no momento, mas estavam de alguma maneira. É como ouvir a voz familiar no telefone dizendo: "Amiga, vamos pra casa da minha tia?" ou "Amiga, to indo ai, faz pipoca!" no tom mandão de sempre, ou o "Que saudade de você Tchu.", não dá pra olhar pra pessoas assim, mesmo depois de muito tempo, e pensar que vocês não tem mais tanta intimidade ou que não se entendem, porque no fim, vocês nunca se entenderam mesmo. 

É a maneira como você cuida disso, aprendendo os costumes, amando as famílias, escutando os problemas, chorando as lágrimas, é isso que mantêm unidas, não é ver todo dia, não é se falar todo dia, é saber e ser uma pessoa que vai estar presente pra outra, quando ela precisar, mesmo numa madrugada. Porque sinceramente, estamos juntas nessa.

sábado, 9 de julho de 2011

Fala por mim

"Tudo que parece meio bobo é sempre muito bonito, porque não tem complicação. Coisa simples é lindo. E existe muito pouco!"

"Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas ? se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha, e tenho, pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim."

"Antes que eu me esqueça do que eu queria dizer era isso eu preciso muito muito de você, eu quero muito muito você aqui de vez em quand,o nem que seja muito de vez em quando. Você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor, você não precisa trazer nada, só você mesmo. Você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro ou do outro lado."

Caio Fernando Abreu

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Fala por mim

"Se escrevo, eu estendo pra você uma ponte, seja você um critico ou um leitor comum. Nessa hora, é como se eu dissesse: 'Venha'. A palavra é uma ponte através da qual eu tento conseguir o amor do próximo. Eu sempre digo que mais importante do que a compreensão é o amor. Eu prefiro ser amada do que compreendida. A compreensão é muito dificil." 
 
Lygia Fagundes Telles


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Que Iemanjá proteja meu bem..

O mar estava dando ondas gigantes, dessas que surfistas adoram e eu estava sentada na areia olhando minha prima.
- Ei Karol! - Fernando chamou correndo com a prancha debaixo do braço, tropeçou mas não perdeu o pique, nem o charme.
 - Oi Nando. - respondi rindo. - Pensei que você não ia surfar hoje.
- Não vou. - olhei para a prancha e ele riu. - Você é quem vai.
- Sem chances. - falei assim que ele concluiu a frase.
- Karol.
- Não Fernando.
- Karoline. - ele disse sério e eu parei. - Deixa de drama. Confia em mim. - ele pediu e eu estremeci, confia em mim.
- Ok.
Ele colocou a prancha no chão e começou a me explicar, como ficar em pé, como remar, como re-amar, como amar e eu parei de prestar atenção no que ele dizia e passei a prestar atenção nele. Fernando era alto e magro, o cabelo castanho ia clareando progressivamente até chegar a um louro mel nas pontas, coisas do surf, apesar de bem magro tinha o corpo definido, não entendia como ele podia ser tão tímido e tão inseguro, embora eu não gostasse dessas coisas achava aquilo fascinante nele. Fazia parte dele. Os olhos verdes e grandes dele se destacavam mais ainda pelo tom bronzeado da pele. Ele era o charme em pessoa, com ou sem os óculos de grau que ele odiava mas eu achava lindo.
- Entendeu? - Nando perguntou e eu me assustei.
- Am? Ah, claro. - Mentira, eu não havia prestado atenção em metade das coisas que ele disse.
- Ok, vamos pra água. - Tudo bem, sem pânico, sem pânico.
- Fernando.. você está esquecendo um detalhe. - Ele olhou confuso pra mim. - Não sei nadar.
- Confia em mim. - Ele disse de novo e eu tremi. - Você confia?
- Confio. - Respondi e a mim pareceu tão sincero que senti o peso daquilo sair de mim. Confiaria minha vida a ele, o que ele quisesse. Fernando tirou a camisa branca e deixou na areia do lado do meu par de havaianas, ele me olhou esperando que tirasse meu vestido e tirei. Fernando sorriu e desviou os olhos, parecia tão impuro pra ele quanto eu achava ficar olhando o corpo de alguém, mas uma fofura dele que eu adorava. - Vamos?
- Aham. - Fomos juntos pra água e ele me entregou a prancha, colocou a tornozeleira em mim e me mostrou como furar a onda e eu fui, uma ótima aluna, meu cabelo foi pra trás e achei graça disso. - Vamos lá Karol, você precisa se concentrar. - Ele pediu e eu voltei minha atenção pro mar. - Rema Karol. - eu comecei a remar e ele ia junto comigo nadando do meu lado. Paramos um pouco depois de onde as ondas se formavam e ele me olhava ali com uma carinha fofa. - Karol...
- Hm?
- Você confia mesmo em mim? - Ele perguntou aqueles olhos verdes dele encarando fortemente os meus castanhos e eu tremi sem sentir frio mais uma vez. Eu queria gritar que confiava mais do que já tinha confiado em qualquer um na face da Terra e que confiava tanto que chegava a duvidar de tanto que confiava, Fernando me olhou nos olhos e pegou na minha mão em cima da prancha. - Confia?
- Confio. - sentia as minhas bochechas ficando vermelhas e os olhos dele devorando todas as minhas expressões.
- Eu tô cansado de nunca ser a pessoa direta, de nunca ter coragem de fazer ou dizer coisas que podem ser importantes e eu confio tanto em você que não sinto medo de que você vá embora. - ele ia dizendo e não largava a minha mão, meu coração parecia bater bem debaixo do meu queixo e o ar não vinha mas tão facilmente. - Eu gosto tanto de você que isso tá me sufocando. Gosto do coque no cabelo e das cores estranhas que você pinta, gosto do tamanho dele. Gosto da cor dos seus olhos, de como seus lábios são finos e de como seu sorriso é sincero e você tem vergonha dele. Gosto de cada detalhe, dos seus vestidos, das botas, das sapatilhas, eu não sei mais explicar Karol, mas eu gosto de você. - E eu que sempre tive tanto medo quanto ele pulei de cima da prancha e beijei ele ali mesmo. Porque eu não ia deixar a vida levar ele pra longe de mim.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Onde toda a beleza do mundo se esconde

Você era o tipo de cara que minha mãe me mandaria ficar longe, mas nunca fui de obedecer mesmo, então quando você se aproximou eu deixei. Deixei porque já te olhava há um tempo sem fim, olhava mesmo, mas você todo sério por trás do cabelo jogado no rosto nem me dava bola.
Decidi deixar pra lá, não ia perder nada mesmo. Pior do que estava não dava pra ficar, mas um dia no auditório bem no fim do semestre você entrou com aquela sua camisa branca com a estampa de uma banda que eu nem conheço, mas adoro ver em você. O lugar do meu lado estaria vago se minha mochila não estivesse lá, mas quando vi você a procura de um lugar tirei gentil e educadamente pra que você pudesse sentar. Então você abriu um sorriso enorme, que nem tinha necessidade e disse que não precisava. Eu na verdade não me importei muito, por mim você sentasse onde bem entendesse, mas achei fofo você sorrir daquele jeito todo espontâneo pra mim.
Não fazia nem ideia de qual era o seu nome, nem iria procurar saber, você era sério demais, sempre com uma expressão sóbria e o cabelo jogado na cara, era charmoso e misterioso demais, do tipo que me atraia e eu tinha sido atraída, mas não ia procurar saber.
Duas semanas depois e eu já nem lembrava mais que a gente fazia uma matéria em comum na faculdade. Minhas amigas me arrancaram de casa e me fizeram ir pra balada. A musica alta, muita gente aglomerada e de longe eu vi você. Estava com uma camisa preta, não esqueço, com outra estampa de banda que como sempre eu não conhecia, sério e o cabelo jogado na cara. "Olha o Eduardo" uma das minhas amigas disse e eu fiquei pensando em que diabos podia ser Eduardo, o entendimento chegou em mim como um soco no estômago enquanto elas me arrastavam na direção em que você estava, você era O Eduardo das minhas amigas. O cara fofo, engraçado, divertido e sensível que elas viviam falando e que eu vivia dizendo que perfeito assim ou era gay ou era feio. Bom, feio eu já sabia que você não era, quanto gay era uma possibilidade a ser discutida ainda. Dois copos de alguma coisa com álcool que as meninas me deram e eu nem sabia o que era e já estava tagarelando com você. Mais ouvindo atenta do que falando, você parecia ter tanta coisa pra contar e eu olhava encantada e levemente alcoolizada pra você, ouvindo você, rindo com você. Comecei a mexer no cabelo, isso era um indicio de que estava interessada em você, esbarradas ocasionais no seu braço e você nada, a ideia de você ser gay martelava cada vez mais na minha cabeça ou talvez só não fazia seu tipo. Embora, se analisasse o que você já havia dito, sobre tipo de mulheres eu bem que me encaixava ali. Então qual era o problema?
Dei fim no meu problema, detesto ter que esperar e você nem dava nem descia, fiquei na ponta do pé, porque a diferença de altura gritava, e beijei você, delicadamente você aceitou o beijo e foi intenso e pra mim pareceu certo, mas algo dentro de mim dizia que não estava, ainda diz até hoje, quase um mês depois algo dentro de mim diz que não estava certo, você me segurou e eu me senti protegida, mas não estava certo de algum modo. O gosto do álcool que estava impregnado nas nossas línguas, do cigarro que estava fraco na sua, do chiclete de morango que eu mascava, eu lembro de tudo, de cada detalhe daquilo, mas não parecia certo.
Duas semanas depois e nós continuamos a nos falar, não voltamos a ficar e o fim do semestre estava ali batendo na minha porta, as malas prontas em cima da cama esperando as meninas virem se despedir de mim, pensei em você, talvez você fosse junto delas se despedir de mim, mas você não foi e eu não te vi mais. Meu intercâmbio estava acabando, um ano longe de casa e eu estava voltando, mas aquilo de beijar você não parecer certo ainda martelava na minha cabeça, ainda martela. Não consigo deixar isso pra lá, porque na hora me pareceu a coisa certa a fazer e se era então porque você não fez antes? Acho que é por isso, não é que não tenha sido certo, só foi errado eu ter que tomar a atitude.
Agora você fica ai do outro lado do oceano, enquanto eu beijo outros caras e não sinto a mesma emoção, não sinto a mesma euforia, não sinto nada. Quando a gente se encontrar outra vez, se a gente se encontrar outra vez, me beija só pra eu saber se é certo, porque aí onde toda a beleza do mundo se esconde atrás do seu cabelo jogado na cara, as coisas poderiam ter sido diferentes.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tá tudo bem

Sabe cena de filme? Então foi bem desse jeito que aconteceu. Era o horário de almoço e eles estavam no ensino médio, Melina e Bernardo se conheciam a mil anos e ela estava começando a se sentir incomodada com a maneira como ela estava apaixonada por ele. 
O celular dela piscou em cima da mesa enquanto ela lia um papel qualquer, Nova mensagem de Bernardo. "Não vai dar pra ir =/". Eles tinham marcado cinema, bons amigos vão ao cinema juntos certo? E apesar dos pesares, era o que eles eram. Ela respondeu dizendo que tudo bem e foi pro cinema, pelo menos ela prestaria atenção no filme, ao invés de se atrapalhar olhando pra ele, pena que aquele não era o dia de sorte dela, teria sido legal ver um filme legal, prestar atenção, entender e depois contar tudo pra ele.
Antes de comprar o ingresso pro filme Mel foi a praça de alimentação e maldita foi a hora em que decidiu comprar sorvete, logo que entrou na praça de alimentação ela reconheceu de longe a cabeleira dourada de Bernardo, com uma mão com unhas rosa bebê pintadas delicadamente em seu pescoço, instintivamente ela continuou a andar e viu a loira abraçada com ele, não era ninguém de quem ela se lembrasse em especial e então o pior aconteceu, ela o beijou. 
E tudo aconteceu tão rápido depois que Melina não saberia contar com precisão o que havia acontecido. Ela se virou com tanta pressa pra sair dali que esbarrou num garçom com mil bandejas e pratos e tudo aquilo foi pro ar e em seguida pro chão, assim como Melina que com a força com que estava decidida a sair de lá bateu com tanta força no garçom que caiu. Ela pode ouvir as pessoas se virando pra olhar e embora não fosse tão tímida nem tão fofa assim, ficou vermelha. Levantou-se pedindo desculpas ao garçom e em seguida tentou sair de lá. 
Como estava de costas Mel não pode ver que Bernardo a havia visto cair depois de todo aquele barulho causado pelos pratos e logo em seguida ele correu na direção dela. A mão dele a segurou pelo braço quando ela ia saindo depressa.
- Mel. 
- Me solta Bernardo. - ela disse tentando soltar o braço do aperto dele.
- Mel, me escuta. 
- Me. Solta. Bernardo. - ela insistiu tentando segurar as lágrimas que sentia que estavam prestes a escorrer. 
- Mel desculpa. - ele pediu envergonhado.
- Não tenho do que te desculpar Bernardo, agora me solta. - Ela pediu tentando se tranquilizar. 
- Eu sinto muito. - e aquilo foi demais pra ela. 
- Você sente? Pelo que exatamente você sente Bernardo? - ela perguntou deixando as lágrimas virem a tona finalmente.
- Sinto por fazer você chorar. - Ele disse enquanto levava uma mão ao rosto dela para enxugar as lágrimas, mas antes que ele tocasse o rosto dela, ela afastou a mão dele com violência. 
- Não Bernardo, você não sente e quer saber? Tá tudo bem. Eu vou ficar bem. - ela disse puxando o braço e saindo de lá com pressa, os passos firmes coisa que era rara de se ver e as lágrimas ainda escorrendo e embaçando a visão dela, mas ela saiu de lá com um pouco de dignidade, deixou Bernardo lá, olhando pra ela se afastando dele, da vida dele, definitivamente. Ele não pode ver, mas além do joelho dela que sangrou depois dela cair, o coração dela também sangrava.

sábado, 28 de maio de 2011

ainda

Eu vou ver você entrar na minha vida a vontade, como se entrasse na própria casa, ver você se acomodar perigosamente perto e eu querer essa aproximação. Vai ser de um jeito único e nós vamos sentir que isso é importante logo de cara, sem perder tempo e sem fugir. Você vai rir do meu inglês que é uma merda e eu vou rir do seu cabelo que é lindo, mas vou rir pra fazer você ficar sem graça. Você vai me ver numa quinta pela manhã, vai dizer que não te provei ainda que sou chata e eu vou querer te beijar, porque eu já quis te beijar desde o momento em que você apareceu. Vou confessar que eu adoro quando você me abraça pra sempre por cinco segundos e não por milésimos como todo mundo, vou dizer que adoro o osso do seu quadril porque acho lindo menino magrelo que nem eu. Vou fazer piada de loira mesmo tendo metade do cabelo descolorido e você vai falar que meu cabelo está diferente duas semanas depois de eu ter cortado mesmo você já tendo visto ele e vai ser lindo sem ser perfeito, como o seu sorriso ou como a nossa risada, vai ser sincero, pena que você ainda não percebeu.

sábado, 21 de maio de 2011

oração

A mais linda do ano até agora!



Cabe em três vidas inteiras
Cabe em uma penteadeira
Cabe nós dois

sexta-feira, 13 de maio de 2011

ndav (1)

Essa postagem não tem nada a ver com as que eu costumo fazer, mas vou fazer assim mesmo.
Umas semanas atrás eu achei uma foto no WeHeartIt e ela me marcou demais, sei lá porque, no fim acho que a foto nem tem nada demais, mas eu gostei tanto que já até meio que me apeguei a ela.
Olha só:
No fim acho que gostei do "momentinho" deles dois, da brincadeira boba e intima. Ah fodas. Eu gostei da foto. Tá aqui pra socializar.

domingo, 8 de maio de 2011

Ninguém acredita

É isso, estou fascinada. Me desculpe por todo o problema que venho causando, mas é que estou fascinada por cada linha de mistério que vejo em você. Como é possível alguém não estar? Você é todo lindo assim o tempo todo e embora eu fosse ficar feliz, mas não estou amando você. Não porque você não seja amável, porque meu filho, você é. É só que não tô amando, tô é fascinada com esse riso fácil o seu e o meu que vem como ondas, você sorri então eu sorrio e então você novamente sem parar. Pareço mais idiota do que já sou quando converso com você, porque pareço apaixonada e nem estou.
Acho injusto isso de não estar apaixonada e me sentir magoada quando você fala ou faz algo e nem percebe, mas se você some ou não te vejo, não espero, não fico ansiosa. Não mais, porque eu ficava, então pode ser que eu estivesse apaixonada antes e agora não estou mais. Mas se sei que está por perto ou consciente de que estou por perto, quero sim que você venha até mim, mas deve ser mais pra me sentir bem, colocar a auto-estima no alto, porque é gostoso ter alguém como você prestando um pouco de atenção em mim. 
Mas o fascinio é todo por você, porque não ando tendo tempo de ficar prestando atenção em outros caras como presto em você, como presto atenção a cada maldito detalhe adoravel da pessoa linda que você é. E sabe, eu tô gostando disso, porque sinto meu coração livre, ele tá levinho, eu gosto de falar com você, de saber de você, mas acho que fica dificil assim, quando eu fico com vergonha de ir conversar com você. É porque se eu começar eu vou me perder, me perder onde termina seus lábios e começa sua bochecha, na cara de mal, no estilo interessante e no cabelo, ah meu Deus, o cabelo. Que tesãozinho é esse seu cabelo viu? 
Então depois de tudo o que você me disse, eu continuo fascinada, porque eu desisti de amar homens que não são diretos. O jogo é emocionante, eu sei, mas não quero mais isso, sosseguei. É, dezessete aninhos e já estou cansada de jogar, porque sinceramente, perder toda vez que se joga é um saco. Esses jogos são como banco imobiliário, você se mata pra ter dinheiro e comprar as ruas mais caras, compra e depois que você está rico se pergunta: Porque diabos eu estou fazendo isso? É, sempre desisti na metade do jogo e meus irmãos me odeiam, ninguém mais brinca comigo por isso. 
A minha vontade ainda é te beijar todas as deliciosas vezes em que olho pra você, mas não é porque estou me apaixonando, só estou fascinada. Fascinada pelos seus olhos, pelo seu cabelo, pelo arrumar de óculos, pela passada de mão no cabelo já bagunçado, fascinada por você mastigando tudo e dizendo que não passou da fase oral, me sinto tão próxima quando fala de si mesmo sem pensar e vai falando e falando e falando, fala tanto que eu que falo tanto não sinto nem vontade de falar, estou fascinada pelo todo e pelos detalhes, mas isso é bom, porque embora eu goste de tudo em você, eu to amando mesmo é a mim. 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

eu não sei esperar

Vai e volta e então vai de novo e me confunde, estou ficando ansiosa de novo. Deus como pode ser tão complicado, é essa vontade que dá e passa, o tempo todo. Fico nessa de não esperar nada mais, no fim acabo realmente não esperando, porque esperar cansa e magoa e deixa a gente angustiada, pelo menos gente como eu que não sabe esperar. Entende, não é questão de  querer ou não esperar, na verdade eu até quero esperar, mas não sei. Definitivamente não sei. Não esperei na hora de nascer e fui com tanta pressa que quase não nasci, me enrosquei toda no cordão umbilical e dei trabalho, minha mãe já viu daí o que esperava por ela. Não esperei na hora de começar a aprender, fui toda desesperadinha aprendendo rápido e passando de ano, até que a tal da preguiça começou a me consumir e eu diminui o ritmo um pouquinho. 
Mas acho que o que mais surpreende a mim mesma é como eu não sei esperar as pessoas. Eu saio atropelando tudo e todo mundo, como um caminhão sem freios descendo uma ladeira. É simplesmente enlouquecedor esperar alguém. 
"O apressado come cru" E o calmo que nem comer não come?! 
É como ter aquelas idéias brilhantes de pular da varanda, daí quando você pula mesmo e bate a cabeça vê que a idéia não era assim tão brilhante, mas foi com tanta pressa que não deu tempo de pensar, só pulou. É assim comigo, estou sempre pulando de uma varanda, quase sempre eu bato a cabeça e dói e choro, mas eu levanto e aprendo que daquela varanda eu não devo pular mais, tem vezes que pulo até mais de uma vez só pra ter certeza, é que a idéia tinha parecido tão boa, tenho que verificar! E me machuco todas as vezes. As vezes acho umas varandas que valem o impacto, a queda e até a dor da cabeça batendo no chão duro. São aquelas em que quando eu me jogo eu fico com a sensação de "O que é que eu to fazendo?" e quando vejo estou lá, curtindo a queda livre, com ou sem paraquedas, e isso vai fazer com que o impacto, a queda ou a cabeça no chão me digam se valeu a pena ou não. 
Normalmente, não pulo novamente de uma mesma varanda depois que passo pra outra. Isso de voltar é muito chato, você já sabe que vai doer, porque vai pular de novo?  Vai ver é por isso que as sacadas resolvem aderir a novos meios de segurança, mas quando elas fazem isso já cansei de me machucar tentando achar um meio que seja menos doloroso de pular de lá, as sacadas começam a fazer mil promessas de "satisfação ou cobrimos os danos" ou essas coisas de sempre dar um jeito de ficar circulando de boca em boca, pra que você saiba como ela agora está sendo mais cuidadosa e outras coisas mais, mas você já cansou de esperar as obras de restauração e partiu pra outra varanda, uma que é segura e ali você não precisa esperar, você só tem que pular e pular e pular novamente, pular até que se canse, mas não espera, ali não. 

O apressado come cru, mas ele vai e descobre se é o que ele quer ou não, sem esperar que alguém faça pra ou por ele.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Pro cara mais fofo que eu já conheci

É, eu cortei o cabelo pra parar de lembrar de você, e dele e de mim, do que eu não sou. De quem você adoraria que eu fosse, mas não sou. É isso, esse é o problema, eu bem que tento ser aquela pessoa que vocês gostariam que eu fosse, mas eu não sou. Sinceramente, não sou nem quem eu gostaria de ser. 
Bem que sei que na maioria do tempo deixo você confuso, mas sou assim e não posso me impedir de ser direta, ansiosa e sufocante quando fico confusa. No fundo eu bem que queria te pedir desculpas, recomeçar, deixar você correr atrás pra sempre e te esnobar só pra não ter que perder você de vista. 
A parte ruim é que eu só fiz tudo isso porque eu gostei mesmo de você. Não te amei, eu só gostei, gostei do jeito que você era timido e como eu não soube lidar com você, me senti tão menina pra alguém que parecia tão experiente e culto. Não imaginei um namoro, nem nada disso, mas queria ter conhecido você mais, ter te conhecido melhor e ter deixado você me conhecer também, mas você me deixou tão confusa e ansiosa que eu sufoquei nós dois, queria ter visto até onde ia, o que a gente descobria, se é que a gente descobriria alguma coisa.
Você foi tão fofo o tempo todo e isso me assustou, definitivamente não estou acostumada com caras assim, me deu apelido logo no primeiro dia de conversa ou no segundo, tanto faz. De repente eu nem me importava mais com o tanto que fosse parecer idiota, mas eu simplesmente adorava conversar com você, sobre nada, é porque a gente no fim das conta não falava de nada em especial, mas falava e falava e falava por horas. Contudo, como sou apressada demais falei demais e fodi com tudo, é sempre faço alguma coisa assim mesmo.
Pelo amor de Deus, se a gente conseguir superar isso faça o favor de me manter atualizada do que está acontecendo porque quando me vendam os olhos costumo agir por um impulso que eu não faço idéia de onde venha, ele só vem e eu impulsiva como sou vou lá e faço merda. Você já viu isso, né? 
Me desculpe por parecer algo que não sou, é você reparou que eu não sou fofa né? Mas juro que não é de propósito, não quero parecer fofa nem nada assim, mas no fim eu pareço tanto que evito ser o que pareço com medo de ser. Reparou que eu sou impaciente, mal humorada, desbocada e que muito provavelmente tenho pouquissima educação. É, eu sou um pouco egoísta e espaçosa também, mas sou até controladinha se você deixar eu mostrar isso a você. Sem contar nos acessos de timidez em que eu não olho pra outro lugar se não o chão, você poderia ter visto tudo isso, mas eu estraguei tudo antes de você voltar de viajem. 
No fim das contas, eu só queria que você tivesse o mesmo arrombo de coragem que te levou a me procurar e respondesse o que eu te falei. Fosse tão corajoso pra me dizer o que está acontecendo como foi pra me dizer que eu era gatinha, ou pra me mandar mensagem, dizendo que podia me dar um "oi". Oi! Mas você não vai fazer, e apartir de agora eu não vou esperar mais, sinto muito pelo tanto que eu te enxi a paciência nessa Semana Santa e obrigada por me chamar todos aqueles lindos dias pra conversar, mesmo que tenha me deixado no minimo uns dois minutos esperando resposta, mas quando eu ver você de novo, seja educado e me direcione ao menos um aceno de cabeça, já vai bastar e se não quiser começar tudo isso de novo, não comece a conversar comigo, você já sabe que sou do tipo que fantasia demais, mas se você decidir colocar um fim nisso de um jeito delícia(porque essa palavra nunca mais será a mesma), que vá ser divertido pra todo mundo, pode ir lá, senta do meu lado, dá aquele sorriso lindo seu e me deixa bagunçar o seu cabelo lindo.



Com carinho, U. 

xoxo

terça-feira, 26 de abril de 2011

O amigo segurou-a pela ponta dos dedos e deixou que ela rodopiasse, a vontade, no corredor da faculdade, a musica vinha do celular dela e ela continuava girando na ponta dos pés.
- Vai ficar tonta. - o amigo avisou.
- É o unico jeito, já que não tem alcool né? - ela respondeu quando ele a soltou e ela deu mais um giro perfeito sozinha. Curvou levemente o tronco, uniu os pés e fez uma pequena mesura. O amigo riu. 
- Eu preciso dançar Louis, tem tanto tempo que eu não danço que isso está me desesperando.
- Porque você não começa a ler pra passar o tempo? 
- Porque dançar me tira as preocupações e eu sinto falta de rodar até cansar e ficar pedindo pro Hector parar, porque eu já estava cansada. - ela comentou em resposta. - Agora isso parece que aconteceu a tanto tempo. - ela disse tristemente.
- O problema é que você está com a cabeça em outro lugar. - Louis disse. - Outro prédio pra ser mais exato.
- Não começa. - ela resmungou.
- Vamos lá, você sabe que eu estou certo, você sente falta de conversar com ele que eu sei. 
- Não vai ser mais a mesma coisa Louis, por mais que eu tente. Ele nem tentou falar comigo mais depois, então, no fim, não faz diferença pra ele também.
- Eu volto a dizer que ele é timido e que pode ser que faça diferença pra ele. 
- Por favor né? - ela resmungou.
- Você desiste muito fácil. 
- Não desisto não, mas também não gosto de lutar uma batalha perdida, que não vai me trazer nada de bom. 
- Mary
- Eu disse que fazia diferença. - Louis disse e saiu.
- Oi Harry. - ela disse completamente desconcertada.
- Eu te vi com o Louis e vim te dar um oi. - ela olhou pra ele com cara de quem não estava entendendo e arqueou uma sombrancelha - Oi.
- Você é tão idiota, Harry. - ela disse antes de puxá-lo para um beijo.

sábado, 23 de abril de 2011

"Logo eu, toda cheia de palavras, idéias, ideais, filosofias, fiquei calada porque não sabia o que dizer. É como ver o mar e ele levar tudo o que estava na sua mente embora, e você fica ali, parada, em branco."

quinta-feira, 21 de abril de 2011

uma delícia de abraço

* Pra linda da Rayanne Mairink que me pediu pra fazer um post sobre O Abraço, não ficou dos melhores, mas tá aqui, espero ter conseguido expressar o que O Abraço significou. xoxo

 
Passava das onze da noite e Liz, Jessy e Anne haviam acabado de chegar, a portaria da boate já estava lotada. Jessy e Anne foram as primeiras a saltar do taxi enquanto Liz pagava. Olhou pela janela e viu ele, em pé, numa roda de amigos, como era de se esperar, lindo como todas as vezes que ela o tinha visto. Por uma fração de segundos Liz podia jurar que os olhos dela e os dele tinham se cruzado e dois segundos depois ela pensou que a idéia era completamente absurda, o vidro daquela janela era escuro demais pra isso. 
Liz abriu a porta do taxi e como sempre, colocou um pouco de força demais pra fechar a porta e Bryson olhou pra trás, sorriu pra ela e acenou com a mão, os olhos dela já estavam brilhando o suficiente, ele não precisaria fazer mais nada, não precisaria conversar com ela durante a noite, que se dane tudo, ele já havia sorrido e acenado com a mão, mas Bryson não se sentiu satisfeito, pediu licença aos amigos e foi até ela, abraçou-a.
Como ela nunca havia percebido aquilo, claro que da outra vez que se abraçaram ela estava reparando em outros pontos interessantes do toque dele, mas o abraço dele fez com que ela se sentisse em casa, ela se sentiu aconchegada, bem vinda, acalentada, protegida, cuidada, querida, tudo isso nos dois segundos em que ele a prendeu entre os braços, quem a escutasse descrever aquele abraço depois, poderia jurar que ela estava apaixonada, mas não era o caso, o coração dela não estava ali, era só o abraço mais gostoso que ela já recebera, de todos os colos, ela sabia que ela iria querer chorar naquele, com aquele abraço delícia. Depois de soltá-la Bryson ainda abraçou Jessy e Anne, conversaram por alguns poucos minutos e lá se foi ele, pros braços da garota dele, que fosse feliz, que fossem todos felizes, Deus sabia o que aquele abraço havia feito com ela.
No fim da noite, foram juntas para casa e dentro do taxi Liz começou: 
- Deuuuuuuuuuuuuus do céu! Que abraço foi aquele? 
- Nem me fala - respondeu Jessy - Eu tô até agora presa no abraço dele, sério. 
- Que abraço gostoso cara! - devaneou Anne.
- O abraço mais DE-LÍ-CI-A do mundo! - explicou Liz o que as meninas pensavam.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

oh oh oh oh my brother ..

Foi a muito tempo atrás, tipo uns dezesseis anos, eu nem me lembro direito, mas você chegou e tudo o que eu conhecia mudou. Não era mais só eu e o Serginho, agora tinha o "reizinho" da casa e tudo era pra ele. Tão gordo que parecia que não ia conseguir andar nunca, ia rolar pra sempre.
Eu tinha um amiguinho novo, que me batia, puxava meu cabelo, arrancava a cabeça das minhas bonecas e ainda dava um jeito de se livrar da bronca da minha mãe que sempre ria e dizia: É coisa de criança. 
Nós crescemos assim, por perto, mas brigando muito o tempo inteiro, mas quem melhor do que ele pra me acudir nos momentos de desespero? Com quem mais eu iria ficar estressada quando estou de TPM? Quem vai entrar no meu quarto no domingo a tarde e deitar na minha cama e ficar me empurrando pro lado porque quer dormir? 
Só esse preto mesmo, que me pede dinheiro, me consola e depois grita: Deixa essa idiota chorar, mãe! Ela tá chorando porque quer! IDIOTA!
Quando todo mundo já foi embora e as lágrimas continuam, é nele que eu me apoio, no sorriso, nas piadinhas, nas implicancias dele. Quem ia dormir no meu quarto só porque meu ex namorado terminou comigo e eu estou triste, mesmo tendo que estudar e trabalhar no dia seguinte?
Quem fica com dó de mim mesmo sabendo que é tudo manha e charminho? É Bêb, vai ser sempre o Bêb da casa, porque não tem pra onde correr mais não.
Tá virando homenzinho agora, trabalhando e tudo o mais. Fez a coisa mais linda que eu já vi você fazendo, logo você que zoa todo mundo, não deixou os meninos zoarem o menino na escola, meu menininho tá crescendo! *-*
Depois te de ver com cabelo de menininha, com o rosto queimado, o osso do tornozelo aparecendo, a partezinha do lado da bunda toda esfolada porque caiu de bicicleta, é dificil pensar em você como homenzinho, mas é isso aí, você tá crescendo e eu tô ficando orgulhosa de quem você tá se tornando. 
Depois de você ter me feito rachar a testa na mesa de centro, jogado uma pedra na minha testa e de todos os socos e chutes que a gente já trocou, sério, parece que a cada dia eu te amo e te adimiro mais, meu Bêb!

Porque por mais que eu e o Serginho impliquemos com você, sempre vai ser eu e você que vamos implicar com o Serginho, e eu sempre vou achar que minha mãe ama mais vocês dois, só porque o Serginho é o exemplo da gente e porque você é o bebêzinho dela até hoje. 

"Amor de irmão tá valendo mais..."

domingo, 10 de abril de 2011

Tell me why


Há uns dois minutos eu estava aqui vendo o blog de uma menina que faz faculdade na mesma instituição que eu, no prédio ao lado do meu, mas que apesar disso eu insisto em acreditar que seja completamente diferente de mim.
E claro que: estudar na mesma instituição e num prédio próximo, não querem dizer absolutamente nada, mas por incrivel que pareça e por mais que eu não queira, ela tem muito de mim.
Consiguia me enxergar em cada frase dos textos dela, como se eu mesma tivesse vivido e tivesse escrito aquilo, mas eu quero tanto que ela seja diferente de mim, que eu nao consigo nem ao menos suportar a idéia de que nós duas temos algo em comum, além da faculdade e de um eventual "amigo" em comum.
O que as vezes muitas meninas esquecem é exatamente isso, a gente está tão ocupada separando pessoas de pessoas que esquecemos que na maior parte do tempo, a pessoa que nós julgamos odiar, tem muito em comum com a gente, sofre por motivos parecidos, se não pelos mesmos.
Como aquela ex-rolo-peguete do seu ex namorado, droga, vocês duas gostam do mesmo cara, tem um gosto por roupas até que parecidos, um gosto por musicas quase idêntico, PORQUE DIABOS É QUE VOCÊS DUAS SE ODEIAM? Simples! Porque você não quer enxergar isso, você precisa odiá-la pra que se sinta menos vulnerável, como você pode lutar por algo que você sabe que tem alguém que quer e merece tanto quanto você?
A menina de quem eu estava lendo o blog é simplesmente LINDA, droga, muito bonita mesmo, do tipo que já desperta o ódio só de respirar, então você reune suas amigas e abre o Orkut dela, vocês estão vendo as fotos e os elogios são constantes, as roupas, o cabelo, a maquiagem, as viajens, todas adoraríamos passar por isso, mas já que nem todas passamos, vamos odiar a menina linda por isso? No meu caso não mais.
Me lembro que a vi a cerca de duas ou três semanas atrás pessoalmente, e droga, ela é linda mesmo, até pessoalmente sem photoshop, isso aí, vamos chorar girls? O que me incomodou nela foi o modo como me olhou, de cima pra baixo, com aquela sensação de superioridade, aquele olhar de quem se sabe importante e que não quer mais ninguém por perto. Então, depois eu pensei: Não é por isso que meio mundo me odeia também? Porque eu tenho medo que um louco insandecido qualquer invada meu grupo de amigos e me roubem todos eles e me deixem sozinha e que é por isso que afasto as pessoas com uma cara fechada, uma "pose de metida" e pagando de chata.
A Jéssica e eu estavamos conversando sobre a menina-bonita-do-prédio-ao-lado-do-meu e chegamos a conclusão de que, se nós um dia sentassemos para conversar, sairiamos de lá no minimo amigas, a personalidade se parece demais e até mesmo se atrai, as reclamações são quase as mesmas, as vontades também.
Mas no fim, eu ainda vou ficar com a pergunta na cabeça: Porque mulher tem mania de se odiar mesmo sem se conhecer e homem tem mania de "ajudar" um ao outro, mesmo sem se conhecer?

sábado, 9 de abril de 2011

Libertad ..


O jeito que as coisas estavam acontecendo pareciam já fugir ao controle dela, todos os fins de semana eram a mesma coisa. As brigas pelos mesmos motivos, ela sabia a falta que já sentia dele, mas dessa vez seria diferente.
Elizabeth havia chorado muito nos dois primeiros dias depois do fim do relacionamento mais duradouro que já tivera, seu coração não o esquecera, mas ela havia colocado na sua cabeça que já era hora de parar de choramingar por ai sobre sua vida ruim e como Deus estava sendo cruel com ela. Ela tinha sua parcela de culpa, assim como o ex namorado tinha também e Deus, não tinha absolutamente nada a ver com isso.
Ela começara a pensar e a comparar, ela comparava a textura dos cabelos, a forma como sorriam e os enigmas que diziam, comparava a maneira como agiam e como haviam sido educados, como pareciam se importar e como eram completamente diferentes ainda que se parecessem.
A diferença mais gritante entre seu passado e seu futuro era a intelectualidade, Liz sempre aceitara certos tipos de coisas que normalmente não aceitaria porque pensava que ninguém era perfeito, mas agora via, que o futuro era, além de todas as qualidades necessárias, inteligente e interessante, do tipo que desperta todas as sensações juntas, sem esforço, desperta a curiosidade, uma certa aura de mistério fica oscilando e brilhando sobre ele, a incerteza e a beleza de um futuro duvidoso.
Ao mesmo tempo em que a sensação de liberdade parecia tomar conta dela, poder ir a um show de algo que ela gostasse, não pra agradar uma terceira pessoa, ouvir suas próprias musicas sem precisar se preocupar se alguém vai ou não gostar, falar de roupas, de sapatos, de comida, de cinema, de arte e de viajens, falar de tudo e não falar de nada, não falar nada e falar tudo. Era disso que ela sentia falta na liberdade, de ser ela mesma e conquistar as pessoas assim, ela se sabia capaz.

terça-feira, 29 de março de 2011

We are London!


- Londres! - ele falou e ela sorriu.
- Deus, esse lugar é mais bonito do que eu sequer podia imaginar. - ela disse enquanto ele abraçava os ombros dela. - Vamos, a gente tem que achar o apartamento. - Melina e Louis caminharam pela avenida principal daquele bairro movimentado, o braço de Louis ainda estava sobre o ombro dela e ele sentia ela tropeçar enquanto dava mais atenção às vitrines do que ao caminho.
- E eu estava me perguntando porque você estava usando bota, mas agora que eu lembrei o tanto que você tropeça eu entendo perfeitamente o porque você estar de bota.
- Não é nem por questão de gostar dos meus pés, é mais por questão de necessitar deles pra poder me locomover...
- E como você não consegue ficar parada, você precisa muito deles.
- Exato, Louis. - ela respondeu e sorriu como se brilhasse.
- Um ano morando juntos ein Mel? - ele comentou.
- Ou a gente sai daqui casado ou se odiando, você sabe. Vamos nos ver todos os dias, o dia quase todo, dormir na mesma casa, Deus que nos defenda de nós mesmos. - ele riu e ela olhou para ele. - É aqui. - ela disse parando em frente a um prédio de dois andares. Pelo que ela sabia, o segundo andar do prédio era todo deles. - Go on!! - ela pediu ansiosa puxando ele pela mão.
- Calma, tem escada ai, esqueceu? - ele disse e ela riu e continuou puxando ele pela mão.
Louis abriu a porta do apartamento e eles se viram olhando pra uma sala de estar mobiliada e espaçosa.
- O quarto com suíte é meu! - Melina gritou e saiu correndo em direção as portas no corredor pra achar um quarto que houvesse banheiro. O encontrou a suíte no fim do corredor e achou estranho Louis não correr atrás dela. - O que houve Louis?
- Não quero o quarto com suíte.
- Porque não?
- Porque eu prefiro deixar você com vergonha por me ver sair de toalha do banheiro. - Melina corou automaticamente.
- Você é tão idiota Louis. - ela resmungou e pegou a mala com as roupas e começou a colocá-las desorganizadamente no guarda-roupas.
- Porque você é tão desorganizada Mel?
- Porque eu penso muito rápido, tenho que ser prática, não organizada. - ela respondeu e piscou pra ele. - Me empresta uma camisa sua?
- Pra quê? - ele perguntou.
- Pra colocar no chão do banheiro. - ela respondeu virando os olhos. - Pra eu vestir né Louis!
- Espera então. - ele disse e pegou uma camisa de mangas compridas de dentro da mala e entregou a ela.
- Já volto. - ela falou entrando no banheiro. Saiu de lá dois minutos depois, com o cabelo loiro solto, a roupa da viajem na mão e vestida na blusa dele.
- Muito melhor, se quer minha opinião.
- Não dá pra acreditar que eu vou morar com você durante quase um ano.
- Não esqueça que não voltaremos pra casa nas férias, ou seja, vai ser um ano completinho. - ele sorriu e viu ela subir na cama forrada e pendurar a bandeira da Inglaterra na parede, acima da cabeceira da cama. - O que nós somos Mel? - ele perguntou quando ela desceu da cama e parou de pé em frente a ele.
- We are London! - ela respondeu e meio segundo depois a boca dela estava na dele, ofegantes, comemorando o tão sonhado intercâmbio.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Just Tonight


- Lily, levanta, já passa das seis da tarde. - a morena ouviu a mãe chamar. - Lily, eu não vou te chamar de novo.
- Droga, mais um dia. Já tô levantando, mãe. - ela disse se mexeu na cama, desconfortavelmente, de um modo que fizesse ela querer se levantar e não se afundar mais ainda na cama. Não que a mãe fosse insensivel, ou talvez até fosse, mas Lily desenvolveu uma mania de deixá-la sempre de fora de seus sentimentos, para evitar discursões, então quando tudo ruiu novamente Lily se fechou como sempre fez e só desabafou com as amigas. Ela não tinha conciência de quanto tempo tinha passado, um, dois, dez dias? Talvez... não era muito importante mais.
- Nem vou perguntar até que horas ficou na internet a noite passada. - a mãe começou o discurso de todos os dias.
- Não fiquei na internet mãe, a senhora sabe que eu tenho problemas pra dormir. - ela resmungou e saiu do campo de visão da mãe, talvez assim ela parasse um pouco e pegasse menos no pé dela.
- O que houve com vocês hein? - a voz da mãe soou atrás dela. - Já está na hora de você me contar mocinha.
- Mãe, não passou pela cabeça da senhora, que se eu não contei antes, é porque eu não estava mesmo afim de contar? - a mãe ficou encarando ela. - Pois bem, CeCe, a gente terminou, sabe-se lá Deus o porque, mas acabou ok? Não precisa começar a ladainha de "Não quero esse vai-e-volta aqui em casa" ou "Não quero saber de outro namorado aqui tão cedo" eu já to cheia de saber disso, e sinceramente? Eu to cheia disso também.
- Porque você não conversa comigo Lily? - a mãe perguntou terna.
- Porque não conseguimos conversar sobre isso sem que a senhora me faça sentir uma fraca por estar sofrendo, então eu partilho da minha dor com pessoas que vão compreendê-la de uma forma melhor e que não vão me julgar por isso.
Lily viu CeCe encará-la sem ter o que falar, se virou e saiu de perto da mãe, trocou de roupa e foi em direção a porta da sala.
- Vou a casa da Jhessy.
- Está quase na hora do jantar.
- Eu como alguma coisa lá.
Lily não viu os olhos tristes da mãe em suas costas enquanto saia rapidamente.
Ela bem que ia até a casa da Jhessy se algo não tivesse feito com que ela decidisse mudar de caminho. O Gabe continuava com aquele cabelo dele e cada dia mais alto.
- E aí. - ela disse quando o viu.
- Deus do céu Lily, quase não te reconheço.
- Estou mais bonita do que nunca né? Obrigada. - as piadas escondiam bem a dor no fundo do peito dela, e Gabe sempre fez ela se sentir bem.
- Nem vou comentar nada, você sumiu hein? - ele comentou sacudindo o cabelo.
- Tive uns problemas e estou correndo muito com a faculdade, sorte a sua que essa preocupação você ainda não tem. - ela sorriu bagunçando o cabelo dele. - Embora aquele colégio seu, seja bem pior que a minha faculdade.
- Pelo menos você sabe disso. - ele sorriu e passou o braço sobre o ombro dela.
- Pare de crescer Gabe, isso está ficando desagradável já. - ele gargalhou alto e jogou a cabeça pra trás.
- Você que não cresce nunca, Little Lily.
- Péssima piada viu. - ela disse fazendo bico, tipico dela. - Vou a casa da Jhessy, quer vir? - ela chamou e ele negou.
- Preciso estudar pra merda da prova de amanhã.
- É uma pena.. - Lily olhou-o nos olhos. Gabe era um bom garoto, mas não tinha aquele tchan faltava alguma coisa, ele era lindo, gentil, engraçado, educado e jamais faria Lily passar por metade das coisas que ela havia passado, mas ela não conseguia ficar com ele por muito tempo e então só essa noite ela fez o que ela devia fazer, deu um beijo estalado na bochecha dele e se afastou. - A gente se vê, Big Gabe.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

a ultima lágrima



-

"Isso, levanta a cabeça, é dói né? Eu sei, mas passa. Fica tranquila linda, passa, eu sei, passou comigo, passa com todo mundo. É claro que eu concordo que ele é um idiota, ah amiga, enxuga essas lágrimas."

-

Quem nunca enxugou as lágrimas de uma amiga por causa de um namorado, ou ex namorado idiota? Eu sei, você sabe, todas sabemos o que isso significa, aqueles segredos que ficam entre amigas, as vezes primas e até tias, mas que raramente envolvemos parentes mais próximos do que isso, você vê sua amiga ali, frágil, encolhida no canto de um quarto escuro, com um dia lindo brilhando lá fora e a chuva caindo forte ali dentro, o mundo dela desabando e você não pode fazer nada pra ajudar.
Quando ela te pergunta, o que ela fez pra merecer aquilo, você não tem resposta e enquanto ela volta a chorar, você chora, silenciosamente ao lado dela, como se toda aquela dor fosse sua, você preferiria que fosse com você, porque o seu mundo está ruindo com a dor dela, mas você sabe, vai passar, tudo vai passar, a dor dela, ele vai passar.
E quando isso passar, vocês vão falar sobre isso, não com sorrisos, mas com aprendizados, vocês aprenderam, ela aprendeu e você esteve ao lado dela enquanto ela fazia isso, ela não vai esquecer que foi ao seu lado que ela chorou a ultima lágrima, porque melhores amigas são pra sempre.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

simplesmente acontecem ..


Era dificil explicar como ele se sentia, porque toda vez que ele abria a boca pra falar ou pensava em como havia se sentido a vontade de rir era quase incontrolável, mas naquela noite tudo parecia fazer um estranho sentido.
Ele a amava, simples assim, sempre a amou, era completamente apaixonado por cada minimo pedacinho dela. Achava o modo como falava, como andava, como se vestia, simplesmente incrivel, adorava os dois brincos que ela usava em uma unica orelha como uma pirata, gostava do brilho nos olhos mais do que da cor em si, que por sinal também era maravilhosa, sentia o coração saltar simplesmente de saber que ela o havia visto, nunca soube o que se passava na mente dela, mas o sentimento não havia mudado desde o primeiro dia.
Sabia que o modo como ela era espontânea o atraia porque ele andava muito comedido ultimamente e no dia que tudo mudou o modo como ela agia o fazia sentir como se nao houvesse ninguém no mundo, três palavras e ele soube que era dela, sem demonstrações de carinho, mas o modo como ela falava, o modo como se dirigiu a ele e o ter reconhecido, foi isso e nada mais que fez ele perceber que o coração dele não pertenceria a mais ninguém no mundo inteiro, porque era dela.
Havia visto ela noites antes com a camisa da seleçao do seu país favorito e isso o fez perceber que talvez os dois pudessem um dia, quem sabe, sonhar juntos, um ao lado do outro.
A parte boa é que ele sabia que se um dia as coisas começassem a acontecer realmente para eles dois, ele já estaria pronto, porque quando as coisa tem que acontecer, elas simplesmente acontecem.