domingo, 19 de agosto de 2012

... ainda dói em mim...


Quase nunca converso com você e quando o faço é tão rápido que nem dá tempo de perceber o que acontece biologicamente comigo. A verdade é que quase sempre nada acontece porque tudo é rápido demais.
Não hoje que fiquei tão bem com meu vestido novo, não hoje que você não me odeia mais. Hoje, vou conversar com você e fazer perguntas que quase me sufocam de curiosidade, nenhuma delas diz respeito a mim, é sobre você, tudo sobre você. Vivo negando, mas adoro você, o deboche, as piadas, a impaciência disfarçada de educação e principalmente o cinismo.
Essa noite você me deixou vulnerável e acalorada, matei minha curiosidade e ainda lembrei o que é sentir o coração bater bem forte no peito por algum motivo, por alguém-motivo. Você foi essa pessoa ótima que você é sempre e me esforcei pra não ser estúpida com você novamente, não suportaria sua decepção outra vez, aquilo quase me matou, juro.
Hoje à noite você desvendou um pouco daquele mistério que vejo em você, não de um jeito ruim, de um jeito incentivador, pra mim você tem esse mistério de pele velada, barba malfeita e cheiro suave de perfume misturado com cigarro. O cheiro que era pra grudar na minha roupa, na minha pele e principalmente no meu travesseiro, dessas noites que deveríamos ter passado juntos, fumando, rindo e bebendo catuabas como se fosse vinho, porque esse é o tipo de coisa que nós faríamos, além de ver filmes e ouvir musicas e dançar pela noite afora.
Hoje quando conversamos a única coisa que conseguia pensar era em quanto tempo todos esses empecilhos que nós dois estamos criando demorariam a cair por terra pra que eu pudesse mostrar a confusão que são todos esses sentimentos que não existem quando não te vejo, te desejo, te quero o maior bem do mundo, mas não digo isso a ninguém porque não fomos feitos pra esse tipo de coisa.