terça-feira, 29 de julho de 2014

coeur de pirate

Hoje me deu uma vontade danada de largar tudo e me enfiar nessa sua cama de casal, que apesar do tamanho a gente fica espremido, colado um no outro pra pegar no sono, e só ficar quietinha vendo você tocar nesse violão uma musica do Caê que nunca ouvi, mas ficou linda na sua voz.
Hoje quis demais esse abraço dono, cheio de propriedade que você me dá, esse bem apertado com beijo na testa que 'cê dá do nada e me deixa toda bagunçada pensando que de tão simples vai conseguir me descomplicar, queria era você demorando abraçando meu corpo pequeno, sem pressa pra fumar um cigarro depois do fim, enquanto o suor da sua testa seca no meu ombro porque você deitou bem ali e ficou pra sempre.
Desse monte de paquera boba que arrumo, hoje quis só você pra falar rapidinho um "que bonitinha" nas horas que eu menos espero, quis pular sua janela direita e me enfiar debaixo das cobertas com você, quis me enfiar nas suas roupas que tem tanto do seu cheiro que me dá dó de lavar, quis ficar na ponta do pé e te abraçar pelas costas na varanda vendo seu cachorro e suas plantinhas, enquanto você fuma esse cigarro que eu te dei.
Hoje no meio dessa TPM maluca, com meus hormônios surtando, meu corpo inteirinho pediu você, de um jeito que me deixou mais louca, surtada e confusa do que só a TPM já me deixa. Porque você é olhar sincero e riso frouxo e principalmente porque quando você me pergunta: "o que você vai fazer as cinco da manhã?" minha vontade é responder: atravessar a cidade pra ficar com você.

sábado, 26 de abril de 2014

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

sobre a doce melancolia

“Elas são muito bonitas, mas são um pouco melancólicas.” “Sim, iguais a você. – silêncio – Eu gosto da sua melancolia.”

E se com essa frase, ele pretendia me conquistar devo dizer que atingiu com êxito sua pretensão. A partir daquele momento de uma maneira triste e bonita achei que podia ser legal, que podia dar certo, que podia ser um pouco feliz no fim de tudo, mas não foi. Foi triste e sério como éramos, melancólico, fechado e de poucas palavras.

Agora odeio a mim mesma pela incapacidade de falar sobre essas coisas que costumo sentir, muito inclusive, mas não falo nunca. Sinto-me mal e carrego a culpa pelo fato de não ter dado certo, porque não quero acreditar que não deu certo porque ele simplesmente cansou de mim, do meu silêncio e da minha tristeza costumeira.

Fico pensando em todas as coisas que gostaria de ter contado, como que adoro musicas celtas e que gaita de foles é meu instrumento musical favorito, porque faz um som triste e bonito. Assim como esse violino que ele se esforça pra aprender a tocar, mas já toca bem fundo na minha alma, com notas agudas e desajeitadas, como eu. É que ele é tão parecido comigo, no silencio e nas musicas tristes, na falta de confiança em si próprio, no esforço de não ser mau com ninguém, mas se colocando sempre de fora, nunca se envolvendo, que quis me envolver.

Parece que apesar das inúmeras visíveis semelhanças, não nascemos pra ser nada além de um reflexo um do outro, incapazes de conviver em harmonia durante muito tempo sob pena de um afogar o outro na sua tristeza particular e inocente. Porque sou sim melancólica e difícil de conviver, mas não propositalmente, a tristeza é um sentimento continuo que quando a euforia vai embora permanece e ele sabe que sempre gostei de coisas estáveis.