quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O homem dos olhos dançantes

No meio de tanta gente, da confusão toda da vida dela, do coração partido, da gritaria, dos choros, da instabilidade, aquele era o ultimo lugar onde ela esperava encontrar abrigo, um colo quente e divertido. O melhor que ela já deitou.
-  Porque você tá me olhando com essa cara? - Thiago perguntou.
- Que cara?
- Parece que você tá assustada. Eu fiz alguma coisa?
-  Não. - Fernanda virou na cama e olhou pra ele. Os olhos dele não paravam, talvez fosse isso que tinha atraído tanto ela, os olhos dele, não paravam nunca, dançando o tempo todo. Ela não sabia explicar como era bom ficar ali deitada com ele, só de deitar ao lado dele o coração dela já se enchia de uma paz que apagava todos os outros problemas, apagava o fato de que nunca seriam mais que aquilo, apagava o fato de que ele nunca disse o que eram, apagava tudo. Naquele lugar o mundo era só dela e todos os problemas sumiam quando ele beijava ela. - Agora é você que tá me olhando estranho. - ela disse corando.
- Você fica gracinha envergonhada. - ele puxou o corpo dela pra cima do próprio e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, ela piscou os olhos duas vezes fazendo Thiago rir, ela passou os dedos finos pelo rosto dele enquanto sorria, o riso vinha sempre muito fácil com ele, o corpo dela reagia fácil a ele, os sentidos reagiam fácil. Beijou ele sem cerimonia, sutilmente, enquanto sentia os dedos dele percorrerem a linha da coluna sobre o fino tecido da blusa e o gosto familiar de cigarro da língua dele invadir a boca dela. Nem de longe algum beijo se comparava ao dele, Fernanda duvidava que algum dia beijaria alguém que a completasse tanto, que correspondesse a cada detalhe da vontade dela sem esforço. Ela sentia vontade de gritar, de dizer pra ele como tudo aquilo era novo pra ela, de como ela se sentia bem quando ele a abraçava, o mundo dela girava no mesmo ritmo que os olhos dele. Ele era o homem dos olhos dançantes dela.

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