domingo, 29 de julho de 2012

É saudade, preto.


Só percebeu quanta falta sentia quando encontrou um cara que era a cópia reduzida do Preto numa balada idiota. Deu na telha de que naquela festa ridícula ela só iria querer alguém se esse alguém fosse ele (ele quem?). O Preto não estava ali, então provavelmente era a cópia, mais baixa, não tão preto e com um nariz diferente, mas magro, o sorriso era fácil também, os olhos num tom de castanho que deixavam até Alice desnorteada, ele era charmoso até onde ser charmoso permitia, tão charmoso que o mundo inteiro ficava mais charmoso perto dele, não bonito. Ser bonito é muito fácil, você nasce bonito, sua personalidade não tem nada a ver com isso, mas charme, cara... Charme era uma coisa trabalhada, não dá pra se cansar de gente charmosa, porque normalmente eles têm algo pra falar, algo pra te fazer rir, algo pra você se encantar, pessoas bonitas são bonitas e... (normalmente) só. Aquele carinha na balada fez Alice sentir uma saudade infinita do Preto, quanto amor havia nela por ele, o estilo da roupa, a maneira como se movia, o sorriso, Deus... o sorriso de dentes pequenos, era tão adorável... O pequeno Preto estava acompanhado, claro que estava, quando um homem charmoso como esse não está, não é? Preto, também anda sempre acompanhado, ainda assim lançando seus muitos sorrisos para todos os lados, borboleteando como dizem os amigos, Alice borboleteava também, mas principalmente quando ele estava envolvido, nunca soube muito bem como ou porque, mas Preto era o cara que ela mais gostava na face da Terra, gostava como amor, como amigo, como pessoa, como irmão, gostava com força. O cara da balada era tão parecido com o Preto que mesmo acompanhado, lançava a ela os sorrisos que só pessoas como eles sabem lançar, de lado, fugindo, saindo, meio discreto, escondido e Alice riu, porque aquilo tudo era divertido demais, ele era fofo e não valia um centavo, mas estava acompanhado e ela estava ali contra vontade. Sentou e não conseguiu evitar o pensamento: “Preto, que saudade!”.

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