quinta-feira, 5 de maio de 2011

eu não sei esperar

Vai e volta e então vai de novo e me confunde, estou ficando ansiosa de novo. Deus como pode ser tão complicado, é essa vontade que dá e passa, o tempo todo. Fico nessa de não esperar nada mais, no fim acabo realmente não esperando, porque esperar cansa e magoa e deixa a gente angustiada, pelo menos gente como eu que não sabe esperar. Entende, não é questão de  querer ou não esperar, na verdade eu até quero esperar, mas não sei. Definitivamente não sei. Não esperei na hora de nascer e fui com tanta pressa que quase não nasci, me enrosquei toda no cordão umbilical e dei trabalho, minha mãe já viu daí o que esperava por ela. Não esperei na hora de começar a aprender, fui toda desesperadinha aprendendo rápido e passando de ano, até que a tal da preguiça começou a me consumir e eu diminui o ritmo um pouquinho. 
Mas acho que o que mais surpreende a mim mesma é como eu não sei esperar as pessoas. Eu saio atropelando tudo e todo mundo, como um caminhão sem freios descendo uma ladeira. É simplesmente enlouquecedor esperar alguém. 
"O apressado come cru" E o calmo que nem comer não come?! 
É como ter aquelas idéias brilhantes de pular da varanda, daí quando você pula mesmo e bate a cabeça vê que a idéia não era assim tão brilhante, mas foi com tanta pressa que não deu tempo de pensar, só pulou. É assim comigo, estou sempre pulando de uma varanda, quase sempre eu bato a cabeça e dói e choro, mas eu levanto e aprendo que daquela varanda eu não devo pular mais, tem vezes que pulo até mais de uma vez só pra ter certeza, é que a idéia tinha parecido tão boa, tenho que verificar! E me machuco todas as vezes. As vezes acho umas varandas que valem o impacto, a queda e até a dor da cabeça batendo no chão duro. São aquelas em que quando eu me jogo eu fico com a sensação de "O que é que eu to fazendo?" e quando vejo estou lá, curtindo a queda livre, com ou sem paraquedas, e isso vai fazer com que o impacto, a queda ou a cabeça no chão me digam se valeu a pena ou não. 
Normalmente, não pulo novamente de uma mesma varanda depois que passo pra outra. Isso de voltar é muito chato, você já sabe que vai doer, porque vai pular de novo?  Vai ver é por isso que as sacadas resolvem aderir a novos meios de segurança, mas quando elas fazem isso já cansei de me machucar tentando achar um meio que seja menos doloroso de pular de lá, as sacadas começam a fazer mil promessas de "satisfação ou cobrimos os danos" ou essas coisas de sempre dar um jeito de ficar circulando de boca em boca, pra que você saiba como ela agora está sendo mais cuidadosa e outras coisas mais, mas você já cansou de esperar as obras de restauração e partiu pra outra varanda, uma que é segura e ali você não precisa esperar, você só tem que pular e pular e pular novamente, pular até que se canse, mas não espera, ali não. 

O apressado come cru, mas ele vai e descobre se é o que ele quer ou não, sem esperar que alguém faça pra ou por ele.

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